quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Erros amoitados pelas montadoras, a real vida útil do óleo do motor e o intervalo correto para a troca

Dá gosto acompanhar vídeos de pessoas que sabem do que estão falando.

Primeiro, o vídeo enviado pelo leitor Pedra Veloz deste dono de vw que detectou que a vareta medidora do carro zero km estava errada:


Muito obrigado, Pedra!

A vw passou a fornecer a nova vareta aparentemente correta para as concessionárias, mas não informou aos proprietários e nem fez um recall.

A vw somente seria obrigada a fazer recall por coisas que afetem a segurança dos usuários de seus carros.

Por esse critério, um motor se desgastando antes da hora e eventualmente se fundindo no meio de uma viagem não é motivo para recall, certo?

Pois é...

Interessante notar que o erro foi cometido aparentemente quanto a um comprimento maior da vareta... o autor é experiente, entende de mecânica e avaliza o bom funcionamento do motor com apenas 4 litros de óleo.

Mas se fosse o contrário?

Um dono inexperiente com sua primeira moto?

E se a vareta medidora ou visor de nível de óleo indicasse uma quantidade suficiente, quando na verdade o motor estaria trabalhando permanentemente no sacrifício?

Se a quantidade recomendada no manual do proprietário fosse insuficiente para atingir o nível ideal de óleo recomendado pelo próprio fabricante?

Proprietários experientes e com conhecimento de mecânica detectariam o problema e o denunciariam em um blog na internet.

A imensa maioria continuaria a rodar até chegar a hora da retífica e acharia isso normal — e alguns que pensam que entendem do assunto ainda criticariam os autores da denúncia. 

Uma coisa parecida a esse escândalo oculto da vw aconteceu com as motos da triumph.

A triumph errou bizarramente ao informar uma quantidade de óleo do motor muito inferior à necessária, e errou duplamente ao fabricar uma vareta medidora mais longa do que deveria.

Coincidentemente, a vareta indicava como normal o nível de óleo insuficiente recomendado... Erros bobos acontecem nas melhores montadoras...

Não fossem as vendas despencando por conta dos motores estourando e da má fama de pouca durabilidade das motos triumph, tinha ficado por isso mesmo, só a caixa registradora das vendas de peças tilintando. Alguém ainda fala tilintando?

Somente o governo da Austrália determinou um recall porque considerou que o motor da moto pifar completamente no meio do deserto australiano colocava a vida dos ocupantes em risco.

Aqui no Brasil... bom, nós não temos desertos.

Neste outro vídeo o autor explica de maneira clara essa questão de troca do óleo em longas quilometragens:

Acreditar na quilometragem de troca de óleo determinada pelos fabricantes sem considerar fatores de uso do veículo na vida real e sem raciocinar a respeito é um tremendo engano.

Um motor (e o óleo dentro dele) que roda 1.000 km na cidade realiza um número de ciclos muitas vezes maior do que faria em uma estrada, e em piores condições de arrefecimento no trânsito congestionado da cidade.

O intervalo de troca de óleo de carros e motos de uso urbano não pode ser feito com base em um limite de quilometragem que não reflete suas condições reais de uso.

Máquinas industriais trocam seus fluidos de acordo com o número de horas trabalhadas, é um cálculo fácil.

Motocicletas rodam na hora em que o dono bem entende por quanto tempo o dono quiser e não possuem horímetro nem contador cumulativo de rotações do motor.

A quilometragem percorrida é uma referência razoável para avaliar a hora da troca, mas cabe ao bom senso de cada um perceber o que é mais adequado para sua aplicação particular.

O dono poderá perceber isso, ou não... mas aí, se não perceber, não será problema nem da fabricante e nem da concessionária.

Outro exemplo de vídeo inteligente é este publicado pelo leitor Takashi:

Ele se preocupa em ler e entender as determinações do manual do proprietário e, com base em fatos concretos, desmente uma crença muito comum:

Em lugar algum a suzuki fala em trocar o óleo a cada 3.000 km.

Outros fabricantes o fazem, mas não a suzuki.

Ele prova que a suzuki fala apenas em trocar o filtro de óleo nessa quilometragem.

Toda essa discussão sobre a "vantagem" da troca de óleo em intervalos longos é totalmente sem sentido porque não leva em conta os fatores apresentados no segundo vídeo.

Um óleo preto está fazendo seu trabalho em remover e manter em suspensão os contaminantes do motor?

Sim, está. Os contaminantes dão aquela cor preta ao óleo.

E enquanto o óleo não for trocado, essa sujeira continuará passeando dentro de seu motor — as partículas maiores são retidas pelo filtro, mas as menores continuarão lá até a troca atuando como microabrasivos.

É uma economia de poucos reais que irá custar muito caro em poucos anos.

Voltarei a falar do vídeo do Takashi na postagem específica sobre a quantidade real de óleo da suzuki GSR 150i depois de me certificar de que não está ocorrendo um "erro de visor" similar a esses "erros de vareta" da vw e da triumph.

Na vw, as concessionárias estavam sabendo de coisas que os proprietários nunca ficariam sabendo, né? Pois é...

Também existe a possibilidade de o leitor Guto ter se enganado na hora de dizer a quantidade de óleo retirado do motor de sua GSR 150i zero km.

Ele pode ter usado uma garrafa pet de 1,25 litro e confundido com uma de 1,5 litro.

No entanto, e é isso que me deixa com a pulga atrás da orelha...

1,2 litro é a quantidade de óleo que vai no cárter da suzuki intruder 125, um motor de cárter comparavelmente muito menor cuja diferença de tamanho é gritante a olho nu.

Poderia ser um caso de erro de vareta visor que as concessionárias sabem e não informam aos proprietários?

Afinal, motos que não fazem revisão na concessionária estão fora de garantia, o mico é do dono — e qual dono vai descobrir e provar uma coisa dessas?

Só descobrirá isso alguém que esteja disposto a escoar o óleo do cárter logo após a entrega ou logo após uma revisão em concessionária.

Preferencialmente logo após a entrega e antes da primeira revisão aos 1.000 km.

O assunto merece ser investigado, mas quem vai se dispor a fazer o teste e documentar em vídeo?

Vídeo que não servirá de prova em uma eventual ação que ele quisesse mover contra a fabricante porque a coisa mais fácil é colocar mais óleo e não registrar isso na filmagem? 

Infelizmente, não é fácil encontrar um dono de GSR para trocar uma ideia sobre isso e até agora não apareceu nenhum voluntário aqui no blog.

Enquanto é raro encontrar vídeos inteligentes como estes três, a internet está repleta de cidadãos filmadores falando bobagem sem o menor preparo nem conhecimento técnico.

Fazem isso de boa vontade pensando que estão ensinando.

Divulgam informações incorretas por serem induzidos ao erro, e acreditam piamente que estão ensinando o pessoal.

Publicar um vídeo ou qualquer texto na internet envolve responsabilidade.

Ler um manual não é só juntar as letras.

Não é só olhar os números das tabelas.

Não é só ver as figuras.

É necessário entender o sentido das palavras e perceber até mesmo o que não está escrito claramente.

Dúvidas precisam ser esclarecidas e as respostas devem ser filtradas pelo crivo do bom senso.

Senão, o proprietário corre o risco de fazer besteiras que diminuirão a vida útil do motor da sua moto e até poderão colocá-lo em perigo no trânsito.

Uma pane mecânica pode ocorrer nos piores momentos, geralmente quando a moto está sendo mais solicitada em velocidade máxima em uma rodovia movimentada.

Seu motor estancar na frente de um Scania carregado acaba com o dia de qualquer um.

Ainda bem que não temos desertos no Brasil...

Baseado apenas no que esses cidadãos sem conhecimento publicam por aí, a paisagem na beira das nossas estradas ia ficar muito feia...
Imagem: Deserto genérico sem qualquer conotação que não seja a de mostrar um deserto genérico

Um abraço,

Jeff

27 comentários:

  1. Jeff, tenho uma GSR125, e meu procedimento de troca sem filtro normalmente é assim: a cada 1000km ou um pouco menos, coloco 1 litro com o motor morno/quente. Deixo até no outro dia de manhã, quando meço conforme o manual, ligando por alguns minutos, desligando, aguardando por mais uns 2 minutos e medindo. Dessa forma, o nível fica do meio pra baixo do visor e vai mais uns 150 ml pra completar. Nunca medi o volume com exatidão, normalmente me preocupo só com o nível, mas vou ver se meço direitinho na próxima troca. Lembrando, esse 1l inicial é sem a troca de filtro, senão vai 1,1l mais os cento e poucos mililitros pra completar. Agora imagino que a GSR150 leve um pouquinho a mais de óleo que a 125, mas será que dá 1,5l?

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    1. Olá, Péricles!
      Essa é a minha dúvida. Quando estive na UFSC encontrei uma estacionada ao lado da outra e pude comparar bem os dois blocos de motor e o da GSR 150 me pareceu bem mais volumoso, achei perfeitamente crível que ali dentro coubesse 1,5 litro. Afinal, no bloco da Kansas cabe 1,4 litro.
      Como você sente o desempenho do seu motor com os 1.150 ml sem troca do filtro? Experimenta alguma dificuldade para engatar marchas e achar o neutro? Lembra se enquanto levou a moto nas revisões da concessionária o comportamento do motor era melhor e menos ruidoso?
      Porque os blocos da 125 e da 150 são muito parecidos e a mesma coisa que acontece em um podem acontecer no outro.
      Você conhece relatos de quilometragem costumeira para retífica do motor dessas motos?
      Talvez seja nossa melhor evidência. Se os motores estão sendo retificados com 60 a 70 mil km, o óleo está baixo apesar de o visor indicar nível correto. Agora se os motores estão sendo retificados com 120 mil km para cima, seria a prova de que a informação de 1,5 litro está errada.
      Mas essa quilometragem somente seria alcançada por proprietários medindo do jeito correto e repondo o óleo com frequência adequada. Isso é raríssimo de encontrar, a imensa maioria cai no conto do "óleo aparecendo no visor pela manhã antes de ligar o motor".
      Encontrei o relato de um proprietário de duas que bateram o motor com 120 mil km:
      https://www.youtube.com/watch?v=4ZPbrTiBtAQ
      Pela descrição de uso dele, uso moderado. No entanto ele era obrigado a trocar relação e pneus em quilometragens que eu considerei baixas, então precisa ver se o que ele considera uso moderado bate com o que eu penso.
      120 mil km é uma quilometragem aceitável comparada com os motores da concorrência que a gente vê por aí abrindo o bico.
      Esse proprietário certamente colocava só 1.000 ml na troca sem filtro e 1.100 ml na troca com filtro, e mesmo assim as motos atingiram 120 mil km.
      Então fico inclinado a pensar que realmente 1,2 litro seja o volume real para a GSR e que a informação de 1,5 litro estaria errada.
      Mas eu gostaria de ver isso com meus próprios olhos para ter certeza absoluta. Afinal, é um motor tão maior que o da Kansas... e tenho relatos de CG chegando a 180 mil km e até 300 mil km...
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Olá Jeff, obrigado pela menção do meu vídeo. Entretanto ainda sim creio que o nível de óleo da gsr 150i na troca com filtro deva ficar em torno de 1,2l a 1250ml mesmo. Nosso colega aí de cima da gsr125 também teve um volume parecido com o meu. Na minha próxima troca farei novo filme mostrando todos os detalhes sem cortes. Abraço!

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  3. Olá Jeff, lido sua resposta acho que no caso específico da GSR 150i estou absolutamente certo de que o volume na troca + filtro não passa mesmo de 1250ml de óleo medindo do jeito certo. Como falei, farei novo vídeo dessa vez sem cortes pra provar a teoria.

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    1. Olá, Takashi!
      Quero deixar bem claro que depois que clareei a imagem consegui enxergar o óleo e já não coloco em dúvida esses valores medidos por você.
      É visível que 1.200 ml deixam o nível coincidindo com as marcações da carcaça.
      Mas na área técnica existe uma coisa chamada calibração de instrumentos.
      O instrumento de medição precisa ser comparado com um padrão normalizado sobre o qual se tem certeza absoluta para validar as medições feitas por aquele instrumento.
      Por exemplo, um termômetro é uma peça de vidro contendo mercúrio com uma escala gravada. Se a escalar estiver deslocada em relação ao nível de mercúrio, o termômetro apresentará uma indicação de temperatura incorreta. O mesmo raciocínio vale para a indicação de nível do motor.
      O que estou questionando não é a quantidade que você mediu, mas se o visor de nível de óleo de todas as GSR está calibrado no nível correto.
      Se houver um erro na gravação das marcas de referência na carcaça, a medição indicará um resultado OK.
      No entanto, esse nível indicado representa o nível que realmente oferece a melhor proteção ao motor?
      Estariam as concessionárias realmente colocando 1,5 litro de óleo nas motos enquanto as revisões são feitas internamente porque contam com uma informação interna do fabricante sobre um possível erro a fim de garantir que as motos não apresentem problema durante o período de garantia e enquanto forem confiadas à revisão da concessionária?
      Essa informação não vazaria para os clientes.
      Se as informações do Guto também forem corretas, podemos ter descoberto algo que nunca descobriríamos. E como você viu nos dois primeiros vídeos, erros desse tipo não seriam algo inédito nesse tipo de indústria.
      Essa é a minha dúvida.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Ah sim, acho que agora estou começando a entender seu ponto de vista. Imagino que na fábrica pode ter ocorrido uma falha de produção na carcaça que eventualmente a marcação de onde seria o visor possa ter sido deslocada e por isso o nível de óleo estaria sendo marcado incorretamente. Acho que isto precisa de maiores investigações de nossa parte pois não é algo fácil de se detectar. Imagino que como não houve mudança nos manuais da GSR 150i essa dúvida se torna ainda mais inquietante. Vamos ver no futuro. Minha moto como não pretendo vendê-la acho que serei uma prova viva se o motor irá durar mais de 120 mil km ou não. Abraços!

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    3. Exatamente!
      O motor é fabricado aos milhares, existe cada vez mais pressão do mercado para que novos produtos sejam lançados em prazos cada vez mais apertados. Se a montadora descobre que a posição do visor e gravação no ferramental caríssimo para a produção da carcaça está em local errado, a solução mais barata é enviar um documento chamado boletim técnico às concessionárias informando o problema e a solução.
      Os manuais de proprietário também são impressos aos milhares, jogar no lixo material pronto é prejuízo.
      A solução mais prática e econômica seria orientar as cc a colocar a quantidade correta de óleo. Mas por que não informar aos proprietários?
      Seria a coisa ética a se fazer. Mas falando meramente por hipótese, se uma coisa assim acontecesse, apesar de plenamente justificável pela dificuldade que é projetar e produzir um conjunto tão complexo e detalhado como um motor, não seria conveniente divulgar a informação fora da empresa até para não ser usado como arma de vendas pela concorrência.
      Se os proprietários fossem informados de tal situação, não entenderiam isso como erro aceitável e poderiam perder a confiança na marca.
      Como o compromisso da empresa é com os clientes das concessionárias, quem passasse a trocar o óleo fora delas não teria direito a reclamar do desgaste do motor. Aliás, a suzuki já faz exatamente isso com a Intruder, gravando na carcaça "850 ml" em um motor que exige 1200 ml de óleo...
      Claro, tudo isso é hipótese, não tenho como comprovar essa suposição quanto às GSR.
      Por enquanto...
      Um abraço,
      Jeff

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    4. concordo com as suas teorias Jeff também acho estranho um motor maior exigir uma quantidade de óleo menor mas também não podemos esquecer do procedimento do manual citado pelo Takashi em relação a deixar a motoca parada por muito tempo acho que se encaixa com o Guto, não descartando a possibilidade de precisar de mais óleo e um possível erro no visor/vareta

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    5. Temos que investigar e chegar a uma conclusão. Vou conferir o resultado da loteria, quem sabe resolvo essa parada em grande estilo... compro uma, documento e publico a descoberta... hehehe
      Um abraço,
      Jeff

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  4. Bom, a carcaça da 125 vem gravada com "1000ml" mas o próprio mecânico com quem converso e que eventualmente faz as trocas diz que deve colocar 1100ml. Até porque a Yes leva 1l, e motor dela é menor. Mas como eu disse, coloco 1l e termino de completar no dia seguinte com o motor frio.
    Em relação ao desempenho do motor, não noto nada estranho, apesar de não ter experiência com outras motos e essa ser uma das poucas GSR125 na cidade. Fico sem base pra comparação. De qualquer maneira, esse motor tem um ronco mais grave, mais "cheio", se comporta bem nas trocas de marcha e é só um toquinho pra entrar no neutro, não há dificuldade. Dá pra perceber bem quando o óleo já está indo pro saco quando em quilometragens mais altas, acima de 800 ou 900km, a passagem de marchas com giros mais baixos do motor já fica mais chatinha e começa a agarrar, sabe. Pra mim esse é o limite do óleo, às vezes troco antes de perceber esse incômodo.
    Sobre a concessionária, a moto vinda de lá vinha com essa quantidade de óleo mesmo, mas com uma diferença, eles colocavam 1l mesmo que fosse com a troca do filtro! Então o nivel vinha no mínimo, praticamente, pra completar.
    Como o Takashi disse, também não pretendo vender a moto, devo ficar com ela por bastante tempo, e como peguei ela zero, desde o começo tenho tido esse cuidado com o óleo. Vamos ver se ela chega aos 120000km também!
    Abraços!

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    1. Bom saber, Péricles!
      Só uma dúvida, você está fazendo a inspeção e eventual reposição a cada 300 km?
      Dificuldade de passar marcha tanto pode ser óleo velho quanto baixo nível de óleo quanto óleo que não vale nada e tem muita propaganda.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Sim, faço a inspeção e reposição do óleo. Apesar do consumo ser bem baixo ainda, estou tendo esse cuidado graças às suas sugestões. Por isso tendo a acreditar que o óleo nao dura mais que 800 ou 900km nas condições em que tenho usado a moto. Tenho usado óleo mineral 20w50 Ipiranga, é um bom óleo? Outras opções fáceis aqui na minha cidade são o Lubrax e o Mobil, com a mesma especificação e na mesma faixa de preço.

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    3. Olá, Péricles!
      Do ipiranga tenho ouvido falar bem, achei estranho ele dar perda de desempenho antes dos 1000 km. Se quiser experimentar outra marca, opte pelo Lubrax. O outro óleo é famoso por começar a fumar aos 700 km.
      Um abraço,
      Jeff

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    4. Pode ser impressão minha, Jeff, até porque não tenho experiência com outras motocicletas antes dessa... Ou também pode ter a ver com meu uso da moto. Basicamente saio de casa, rodo 10, 15 minutos, o motor nem esquentou e já encosto no trabalho. Durante o dia, algumas curtas e rápidas saídas, e à tarde faço o caminho de volta. Essas são as grandes aventuras da GSR125 na maior parte do tempo, e com minha esposa na garupa... Essas condições caracterizam uso severo do motor, estou correto? Poderia de alguma forma provocar uma degradação mais rápida do lubrificante?Estou com a moto há um ano com apenas 5800km rodados...

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    5. Olá, Péricles!
      Sim, isso configura uso severo e o motivo é o maior grau de contaminação do óleo por combustível não queimado.
      Rodando trajetos curtos, o motor trabalha com folgas entre pistão, cilindro e anéis que permitem maior passagem de gás de combustão, vapor de água em alta temperatura e combustível não queimado para o cárter.
      Gasolina e álcool são solventes de óleo. Vapor de água é basicamente hidrogênio e oxigênio. O primeiro (H) se combina com o enxofre (S) presente no óleo e com o oxigênio (O) do ar e dos gases e vira ácido sulfúrico (H2SO4). O oxigênio livre também oxida o óleo, reagindo com os hidrocarbonetos (HC) liberando gás carbônico (CO2) e água (H2O).
      Por isso o óleo sofre tanto nesses percursos curtos, quanto mais tempo ficar no cárter, pior para o motor. E mais rápido o óleo irá se degradar e perder suas características lubrificantes.
      Por isso quem defende o uso do óleo mineral por 3.000 km só mostra que enforcou as aulas do colegial.
      Um abraço,
      Jeff

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    6. Obrigado pela orientação, meu caro Jeff!

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    7. Salve Pericão!
      Sinto lhe informar mas eu já passei por esse problema, seguinte você liga a moto por uns 3 min quando deixa ela parada por umas 6 hrs? Por causa da contaminação do óleo que resulta no desgaste prematuro dos discos da embreagem, eu tive que trocar os meus com somente 15 mil, eu também faco trajetos curtos diariamente 14 km da uns 10 min, vim parar aqui no blog justamente por causa disso eu fiz as trocas dos discos mas eles ficavam pegando quando eu parava ela por um tempo, ai descobri que era pouco óleo garimpei mais no site vi sobre o uso severo e descobri a merda que eu tava fazendo. Se isso não resolver tenta comprar o óleo em outro lugar, eu compro o meu pela internet frete grátis pego logo uns 5 de uma vez rs mas estou sempre a procura tem lugar que ate fala que o óleo que eu uso não existe aushuah mas se nada resolver ou voce achar que ficar ligando e esperando é chato começa a fazer as trocas com uns 750... 800 só não vale deixar o óleo la não lembro aonde eu li que uma vez contaminado(os discos) não tem volta eles vão se desgastando mais rapidamente mas como sou leigo não posso afirmar e também acho que varia do tamanho e tempo da contaminação nessa época eu fazia a revisão de 1200 em 1200 *-* confere ai Jeff?

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    8. Olá, Felipe!
      Te digo que trocando de mil em mil e repondo o óleo com uma marca boa, troquei os discos de cortiça com menos de 40 mil km e estão durando até agora, mais uns 50 e poucos mil.
      O que garante mesmo a vida útil é a boa regulagem do cabo da embreagem e usar o ponto morto nas paradas de semáforo. Ficar segurando a embreagem, basta estar minimamente desregulada e os discos ficam atritando e se desgastando.
      Um abraço,
      Jeff

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    9. Nessa época ai Jeff alem de eu fazer de 1200 em 1200 eu usava a regulagem do cabo baixa de 2 a 3 dedos, depois que deu merda regulei padrão e comecei a fazer a manutenção certinha já sobre os semáforos pra min é que nem carro em subida tipo tem que usar o freio de mão, outro exemplo é os bunitão querer fazer bonito e ficar andando com uma mão no volante e outra no cambio, sobre dar uma partida antes de sair comigo pelo menos eu notei que ao colocar os 1,2 litro de óleo a embreagem parou de colar as vezes é só dar um toquinho e a moto já anda(diferente do MMA que eu fazia todas as manhas) mas ai quando eu estava a uns 120 na castelo apos ter andado uns 800, 900 km a moto patinava como eu já tava ligado já fazia a troca(aconteceu duas vezes) ai comecei a ligar de 2 a 3 min na ida e na volta pra casa e o problema parou, lembrando que meu trajeto na semana é super pequeno antes de eu casar era mais de 3 meses pra eu fazer a troca do óleo.

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    10. Valeu pelo depoimento, Felipe!
      Compartilhar nossas experiências esclarece as coisas para muita gente, que por sua vez irá passar a informação adiante.
      É uma corrente do bem.
      Um abraço,
      Jeff

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  5. Boa tarde a todos. A vareta ou o visor indicador de nível do óleo deveria ter duas medidas... Uma delas indicando o nível ideal com o óleo frio e a outra com o óleo quente. Infelizmente concordo 100% com o Jeff onde a intenção é a pior possível, pois assim, o tumulto gerado na verificação do nível do óleo, assim como na escolha do tipo de óleo não adequado as regiões com suas temperaturas ambiente, só beneficia as montadoras e as oficinas, enquanto o usuário final acha que "é assim mesmo, motor de moto é fraco e dura pouco".
    Abração ao Jeff e a todos os que acompanham este tão valioso blog.

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    1. Obrigado pelo apoio, José Carlos!
      São gerações de motociclistas que têm essa imagem formada, é difícil convencer as pessoas de que tudo aquilo em que sempre acreditaram e davam como certas não são verdadeiras.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. concordo mas quando você tenta ajeitar uma coisa descobri outra... ta tudo errado!

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  6. Olá Jeff, boa tarde!

    Sou novato ainda em relação as motos, estou há menos de 1 ano com a minha Intruder e devo confessar que no começo fui bem descuidado em relação a manutenção dela, pois a comprei com 1.600 km e, acredite se quiser, rodei com ela até os 6.000 km pra daí levá-la na concessionária e fazer a que deveria ser a 3ª revisão, mas por inexperiência minha e também devido a correria do dia a dia, acabou sendo somente a 2ª revisão. Pois é, sacrifiquei o motor da "Susannah" e judiei bem dela, pois a uso somente pra ir pro trabalho (cerca de 11 km de casa) e tenho consciência que tive muita sorte de não acabar f****ndo com tudo e que posso ter diminuido razoavelmente a sua vida útil. Lá eles somente trocaram o óleo e o filtro e me disseram que estava tudo ok, mas depois disso eu passei a ser mais cuidadoso e eu mesmo já troquei o óleo depois da revisão, com cerca de 1.500 km depois de fazê-la e saiu em torno de 950 ml, sendo que tive que colocar em torno de 1.100 ml pra completar o nível no máximo, realizando a medição da forma correta (ligando de manhã por alguns minutos, desligando e aguardando mais alguns minutos o óleo descer). A minha dúvida é em relação a colocar um aditivo nela (militec), com a intenção de minimizar os danos que possam ter sido ocasionados devido a minha negligência já citada, pois li um pouco a respeito e me parece ser uma boa medida paliativa. O que você acha sobre isso??
    Desculpe a pergunta meio fora do lugar, mas como esse é o seu post mais recente, perguntei aqui pra ter maior chance de você visualizá-lo.
    A propósito, estou devorando seu blog, todo dia entro e leio alguma coisa e procuro sempre aprender um pouco mais sobre o funcionamento em geral das motos e o que eu posso fazer para maximizar o prazer que sinto ao andar com minha trudinha.
    Desde já agradeço a atenção e continue com seu trabalho, pois pode ter certeza que você está ajudando não só a mim, mas a muitos outros que estão aprendendo a cuidar de suas motos.

    Grande abraço!

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    1. Obrigado por acompanhar o blog, Diogo!
      É muito bom saber que há leitores gostando do trabalho!
      Infelizmente, o desgaste já feito não tem volta. O metal desgastado não tem como se regenerar, agora é manter sua moto da melhor maneira para evitar o agravamento da situação.
      Tive uma boa experiência com o militec na minha Kansas, o motor começou a rajar e o barulho diminuiu com o uso desse aditivo, conto a experiência aqui:
      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/07/velocidade-de-cruzeiro-motor-rajando-e.html
      E também aqui:
      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/08/jezebel-e-o-militec-na-ultima-viagem.html
      Felicidades com sua moto!
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Diogo Renó e Jeff,tenho visto vídeos de um novo aditivo Brasileiro chamado de ALFA-X.
      Ele é mais barato,usae-se 50% da medida do MILITEC e não atua muito sobre a embreagem.
      Além dos testes em motos e carros,alguns dizem que equipes de motococlismo nacional já estão experimentando,mas isso eu não sei.Taí a sugestão.

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    3. Diego te aconselho a pegar o seu manual estuda-lo, se possível faz um resumo daquela pagina das manutenções fica mais fácil de entender e acompanhar, e não se esqueça que se a motoca estiver parada por algum tempo é melhor você ligar o motor por alguns minutos antes de sair acelerando, por exemplo na minha fan no procedimento da medição de óleo diz para eu ligar o motor de 3 a 5 min então o máximo que eu posso estar ligando a moto estando parada é 5 min claro estando parada a um tempo tipo o intervalo entre a ida e a volta quando você vai trabalhar com ela.

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