terça-feira, 9 de outubro de 2012

Apresentação

A Escolha da Primeira Moto

Pensando em comprar sua primeira moto, mas não tem ideia do que esperar, nem por onde começar?

Este blog foi criado para lhe dar dicas e ajudar a entender melhor o que uma moto poderá fazer por você, e o que você poderá fazer para que esse relacionamento seja muito legal.

A primeira coisa que você tem que estar consciente é do que uma moto não é.

Primeiro, ela não é uma bicicleta motorizada. Bom, as primeiras até que eram...


Para conhecer a História da Motocicleta, clique no link.

E para você, acostumado a andar de carro, ela está muito longe de ser um carro conversível de duas rodas.

Portanto esqueça, apague completamente da cabeça tudo o que você sabe a respeito de conduzir um carro; pilotar uma moto é algo totalmente diferente.

A pilotagem de uma moto exige que você trabalhe todo seu corpo em sintonia com a máquina. Somente com essa integração você poderá desfrutar do máximo prazer que ela pode te dar (uau...) Mas moto é assim mesmo, ela faz tua cabeça.

Motos têm alma.

Com o tempo você vai descobrir o quanto isso é verdadeiro.

Se você quiser comparar uma moto, compare-a uma mulher ciumenta. Ou uma tigresa no cio. Ou uma potra indomada. Ou uma mistura de todas elas.

Trate-a bem e vocês irão longe e serão muito felizes.

Destrate-a e ela te humilhará sem dó nem piedade, deixando você no chão e debaixo das rodas dela.

Então, para começar, vamos às perguntas básicas:

Qual a melhor cilindrada para começar?

Posso começar direto com uma 1000? 600? 250?

Sinceramente, não aconselho começar direto com uma moto de média ou grande cilindrada.

Leve em conta que cair com a moto faz parte de ser motociclista.

Não conheço nenhum que não tenha caído ou deixado a moto cair logo no primeiro ano. E cair com uma moto de alta cilindrada é algo muito frustrante, para o bolso e para o amor-próprio.

Nada pior do que ser apaixonado e sonhar em ter uma determinada moto, e depois vê-la riscada / amassada / destruída / detonada / estropiada / chorando por sua culpa.

Dominar uma moto de alta cilindrada pode ser algo muito complicado até para quem já tem boa experiência, mas não está acostumado com aquele modelo em particular.

Quer ver um exemplo? Dá uma olhada neste vídeo:

Essa reação da moto é a famosa “chicotada” ou "saída de traseira". O piloto chamou o acelerador e a moto fez aquilo que nos carros seria “cantar pneu”.

Só que um carro dança para um lado e para outro apoiado em 4 pneus.

A moto, quando dança, você dança.

Essa é uma situação muito difícil de controlar. Futuramente vamos analisar este caso para discutirmos o que ele fez, o que não devia ter feito, e o que você poderá fazer para não entrar nessa fria.

(A propósito, não fique preocupado não. Um tombo desses só dá para sujar o macacão.... mas se ele tivesse caído para o outro lado da mureta da ponte, a coisa seria bem diferente...)

Uma 250 já é suficientemente arisca para quem está começando. Por isso, comece com uma moto pequena, no máximo uma 150 para conhecer diversos macetes que ajudarão muito no futuro.

Depois de uns dois anos e alguns tombos (sim, não tem jeito, vamos conversar sobre isso mais pra frente), você poderá pensar em partir para uma moto de maior cilindrada.

Recomendo não ir direto para uma 750, 1000 ou 1200.

Adquira mais experiência durante algum tempo com uma 250 ou 400. 

A tentação de pegar direto uma 600 é grande, mas acredite, ela pode ser muito perigosa para quem está começando.



Olha só o risco que você estaria correndo:
Uma moto potente e pouca experiência podem ter este resultado. Aí não tem mais volta.

Mesmo com uma moto menor, você conseguirá ir aos mesmos lugares que essas aí de cima forem. E se já for uma 250, terá potência suficiente para atingir o limite de velocidade das estradas.

Uma moto muito potente te convida a conhecer os limites dela. Se você ainda não estiver preparado, poderá ser a última aventura de sua vida.

Uma coisa que você precisa saber:

Hoje em dia, motos muito potentes estão sendo equipadas com controle eletrônico de tração para evitar incidentes como aquele que você assistiu. 

Mas até recentemente isso não existia, há muitas dessas motos selvagens por aí, e um dia você poderá se apaixonar por uma delas.

Então, lembre-se que tentar domar essas feras já levou muita gente para o estaleiro. Ou para mais longe.

Comece com uma 150, aprenda os segredos da pilotagem antes de encarar uma dessas para que sua jornada não termine 5 km depois de sair da concessionária.

Excesso de velocidade, falta de domínio e falta de respeito pela moto matam.

Não caia nessa armadilha.

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.

34 comentários:

  1. Jeff. Seguindo orientações suas, vou ler esse blog. A 1a postagem está maravilhoso!

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  2. Obrigado, Gilberto

    Mas como assim orientações? Eu achava que tinha sido um convite... hehehe
    Um abraço!

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  3. Muito boa a mensagem/dica deste blog. Fala simples agregada de videos ilustrativos resultam em boa aprendizagem dos interessados. Fique tranquilo pis chamou muito a atenção... Continue com o propósito...abs

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    1. Muito obrigado pelo apoio, Vlad!

      Novas postagens estão no forno e logo virão por aí!

      Um abraço,

      Jeff

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  4. Agradeço ao comentário do Fabio, que só vi hoje depois de 6 meses.... o meu amigo Vinícius, coautor do blog, criou uma ferramenta para enviar avisos de postagens, mas parece que algumas estão escapando...
    Um abraço, e desculpe o atraso,
    Jeff

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  5. Olá amigo.

    Estou prestes a pegar uma kansas 2009 quais as dicas para verificar na moto?

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  6. Virei fã do blog. Parabéns otimas matérias. Ótimo trabalho.

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  7. Sou novo no blog,porém vejo muitas orientações e verdades nos assuntos citados,me chamo EVAIR moro em ITU,sou motociclista tenho uma cg125 e uma V STRONG 650 sou integrante de moto clube(VAZAMENTO MOTO CLUBE de ITU

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  8. Me interessei,pelo comentário da postagem sobre nível do óleo,do cárter das motos no nosso mercado,e fiz a averiguação na minha DL650, resultado,o motor esta respondendo de forma muito diferente,você sente no ronco do motor,a diferença em relação há quantidade de óleo no cárter,vejo que o motor da DL,estava com vida curta...

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    1. Olá, Evair!
      Isso é revoltante, não é?
      Confiamos nossas motos à concessionária esperando receber bons serviços e somos lesados por uma prática maliciosa como essa. Tomara que seu motor agora com o óleo no nível certo aguente por um bom tempo ainda!
      Um abraço,
      Jeff

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  9. Bom, cheguei no seu blog hoje e ja li umas postagens bem interessantes (parabéns por isso, é difícil achar blogs realmente interessantes hoje em dia).Vamos a minha historia, tenho 18 anos, 1,60 de altura e 50kg, vou tirar habilitação em julho e tenho praticado bastante (em terrenos "abandonados") na ybr 125 do meu pai e em uma bis 125, umas duas ou tres vezes cheguei a pegar a fazer 250 do meu namorado e foi amor de primeira, eu e a Fazer temos uma ligação especial, o que eu sinto com aquela moto é que ela completa meu corpo, só de ver alguém pilotando uma na rua meus olhos ja brilham e eu não sinto isso com nenhuma outra moto. Eu sei que ela é razoavelmente grande pra mim (também sei que tem como regular a suspensao dela e deixar o assento mais baixo)e tambem sei que eu eventualmente vou acabar caindo com qualquer moto por que só existem dois tipos de motociclistas: os que ja cairam e os que ainda vao cair. Agora a minha pergunta, você acha que eu devo começar com uma 125cc e pilotar pela necessidade ou posso comprar a a minha própria Fazer e tornar minha necessidade um prazer? ps: eu pratico atividades físicas como algumas lutas e malho a um bom tempo então o peso da moto não será um problema. Desculpe pelo comentário enorme mas eu gostei tanto dos seus posts que fiquei interessada pela sua opinião.

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    1. Olá, Morgana
      Demorei a responder porque fiquei afastado do blog, mas provavelmente você já deve ter lido a resposta para sua pergunta em algumas outras postagens do blog:
      Sempre recomendo começar por uma cilindrada menor, por dois motivos: As 250 já são suficientemente ariscas para surpreender um piloto iniciante, e deixar cair a moto dos sonhos é uma coisa muito triste... sem falar que o prejuízo é bem maior com pequenos reparos de tombinhos bestas.
      Você já tem alguma experiência de pilotagem, resta saber se ela já é suficiente para "começar" já com uma 250. Avalie bem e felicidades com sua escolha!
      Tudo de bom,
      Jeff

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  10. Queria saber sobre a xre 300 ....2014

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  11. Bom dia, desde já vou acrescentando que virei um fã seu gosto muito do seu conteúdo, pois bem vamos a questão, tenho uma CB300r 2015, Depois de meses que comprei ela é que vim pesquisar sobre o assombroso assunto de Trinca de Cabeçote, claro que a minha não vai trincar agora (pelo menos cuido para isso rsrs) mas vendo como geralmente os jovens da minha idade (21anos) cuidam das suas motos realmente é fácil trincar, não cuidam do nível de óleo, vivem cortando giro à toa, pode ser que morem numa região um pouco mais quente que a minha ( moro em Joinville-SC) e etc... que contribuem e muito para uma moto um tanto quanto " frágil ", mas sua opinião agora, isso tudo que falei estaria um tanto quanto certo ou não ?! rsrsrs Ótimo Blog!!!

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    1. Bom dia e obrigado, xará!
      Concordo 100%, como você verá em muitas outras postagens do blog... hehehe. Eu insisto nisso, sou chato mesmo, porque não é apenas pelo custo do reparo... uma pane mecânica em uma moto no meio do trânsito é um risco muito grande, um atropelamento é uma possibilidade a que não podemos ficar expostos pela falta de cuidados simples como esse de verificar e completar o óleo sempre que necessário.
      Um abraço,
      Jeff

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. O Emanuel perguntou se começar com uma CB 400 seria perigoso, mas acabou apagando o comentário. Respondo mesmo assim:
      Considero que uma 250 já é arisca o suficiente; a 400 é ainda mais pesada. Também mais difícil de achar peças em caso de um daqueles tombos de principiante. Muita gente consegue se machucar feio com uma simples 125. Então, na minha opinião, para quem quer começar, quanto menor, pior.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. CORRIGINDO:
      QUANTO MAIOR, PIOR...
      Foi maus aê.
      (O certo seria foi mal, mas aí a piada perderia a graça.)
      (Explicar piada também não ajuda...)

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  13. Ola, logo menos pegarei minha CNH estou apaixonada nas motos e fico mais ansiosa em cada motovlog que vejo. oque vc acha de começar pela fazer 250?

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    1. Se não quiser ler a postagem inteira, leia a resposta ao comentário anterior.

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  14. Olá jeff, estava pensando em começar com uma Cb TWister 250, mas ao ler isso, acabei ficando com o pé atrás. Já estava me vendo montado nela, sonhando e tudo rsrsrs.
    Realmente vou correr esse risco todo? Há tanta diferença assim de uma 150 para uma 250?
    Abcs

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    1. Olá, Thiago!
      Obrigado por acompanhar o blog!
      Tem gente que começa direto com motos grandes. O problema é que além de uma 250 ser mais arisca que uma 125/150, a gente sempre acaba deixando a primeira moto ir para o chão.
      Nem digo na forma de um acidente, mas aqueles tombos bobos por falta de saber lidar com a moto, saber achar um bom lugar para apoiar o cavalete, aquelas deslizadas de pé que a gente só descobre que o chão era tão escorregadio quando já está indo para o chão... e aí o prejuízo financeiro e no coração acaba sendo maior.
      Selecionei duas postagens para você dar uma conferida, a primeira é sobre um novato com uma Fazer 250 na estrada:
      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2016/09/o-primeiro-acidente-que-quase-foi-o.html
      A segunda é sobre tombos comuns que acontecem com novatos e nem tão novatos assim...
      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2016/07/95-maneiras-de-cair-com-uma-moto.html
      Um abraço, e felicidades com sua primeira moto,
      Jeff

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    2. concordo
      acho que a maioria dos novatos tem esse sentimento de começar com esse tipo de motoca, eu passei por isso e não me arrependo de começar com uma 150, confesso que tenho uns desejos de pegar uma motoca mais forte mais quando converso com outras pessoas e comparo as manutenções o desejo passa kkkk

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    3. O custo de manutenção de motos 250 para cima no Brasil é exorbitante.
      O pessoal esfola sem dó.
      A yamaha e a suzuki pelo menos mantêm seus modelos por mais tempo, mas a honda descobriu que sempre lançar modelos novos torna mais difícil encontrar peças para os modelos fora de linha, o que estimula comprar motos novas. Logo as outras estarão fazendo o mesmo, anote o que eu digo.
      Um abraço,
      Jeff

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  15. Boa noite, Jeff.
    Conheço o blog há alguns meses, mas só hoje resolvi escrever. Parabéns pelo excelente trabalho (intenção, conteúdo, linguagem, referências, disposição e educação), realmente ajuda muito para nós (novatos) que ficamos intimidados com o "motociclês" falado em fóruns da galera mais experiente: encontrar outros novatos com as mesmas dúvidas bobas ("bobas", pois já tive uma pergunta gerando risadas num fórum, algo bem desconfortável) respondidas com tanta boa vontade dá mais ânimo de continuar aprendendo...
    Comprei a moto em fevereiro, logo depois de ter aprendido a pilotar e tirado a CNH... Já caí feio duas vezes em rodovia, e perdi a conta de quantas vezes caí parado nos primeiros meses (quase sempre pro lado direito - baixinho sempre se ferra, kkk). Além disso, também já fiz muita barbeiragem (na cidade e em rodovia), me senti o pior dos pilotos, me arrependi de ter moto, pensei em desistir e nunca mais pilotar... Mas pesquisar e encontrar material que ENSINA DE VERDADE o que a auto escola não ensina me ajudou a vencer as frustrações, seguir em frente, perder o medo e me apaixonar por duas rodas... Continuo aprendendo: há poucos meses finalmente compreendi (na prática, de verdade) o movimento do corpo e da moto em uma curva com maior velocidade, e sentir o aprendizado só aumenta o prazer...
    Enfim, não tenho nenhuma pergunta, só passei pra elogiar mesmo, você merece...
    Abração!
    André (Legionário)

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    1. Poxa, muito obrigado, André!
      Fiquei muito feliz de receber sua mensagem logo cedo no domingo!
      Saber que o blog está atingindo o objetivo dessa maneira é muito gratificante! O pessoal por aí se esquece que um dia foi novato e gosta de posar de experiente, roda seis meses e pensa que já aprendeu tudo... para andar de moto a gente precisa continuar aprendendo todos os dias.
      Forte abraço e muito obrigado pelo depoimento,
      Jeff

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  16. boa tarde jeff tenho uma fan 150 esdi 2015/2015 uso sempre o oleo da ipiranga 10w-30 e quero trocar pelo 20w-50 oq vc acha ?

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    1. Olá!
      Tenha cuidado na hora de trocar de um tipo para outro, existe o risco de reação química entre o óleo mineral e o semissintético, o ideal é adotar um tipo que esteja satisfatório e não mudar mais. Se o novo óleo 20W-50 for do mesmo tipo semissintético, não há problema. Se mudar para mineral, lave o cárter internamente com o novo óleo e passe a usar o novo tipo por muito tempo. Toda vez que mudar de tipo (mineral, semissintético, sintético) é conveniente lavar internamente o cárter com o novo óleo e abastecer com óleo novo.
      Quanto à viscosidade, praticamente todo mundo que mudou para 20W-50 ou 10W-50 no nível correto (no seu caso 1,2 litro a cada troca) comentou que a moto melhorou significativamente.

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  17. Muito bom, precisamos de mais conteúdos assim! :)
    Parabéns!!

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  18. Bom dia. Estou prestes a trocar o óleo da minha moto, na verdade primeira moto. A dúvida é quanto mais leio mais dúvidas tenho. Em uma Honda CB300R 2010 com 45.000 rodados, qual óleo usar?

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    1. Olá, Robson!
      Quando foi lançada, a CB 300 usava óleo mineral 20W-50 e esse é o óleo correto para ela.
      Hoje já existe semissintético 15W-50, que também pode ser usado com a vantagem de durar um pouco mais, mas não recomendo passar dos 3 mil km com ele.

      Quando a honda adotou o 10W-30, as concessionárias e oficinas empurraram goela abaixo de todo mundo o novo óleo mais caro, sem que houvesse qualquer justificativa, qualquer alteração no motor, e isso foi péssimo.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Lembrando:

      Caso mude de mineral para semissintético, ou vice-versa, é recomendável lavar o tanque para evitar o risco de incompatibilidade química.

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