sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Faixa pintada escorrega que é uma beleza

Sinalização pintada e molhada é uma das coisas mais trapaceiras que você encontrará com sua moto.

Pule logo para os 18:20 da filmagem para ver o risco que é passar sobre a sinalização viária com pista molhada.
Evite ao máximo fazer curvas sobre as faixas pintadas no asfalto com pista molhada. 

Se tiver que cruzá-las, faça isso rapidamente, não permaneça sobre elas.

A moto sai debaixo de você tão rapidamente que não dá tempo de fazer nada.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Como NÃO funciona a garantia na Justiça

O que acontece se você abandona as revisões durante o período de garantia, e a moto estoura o motor?

Você dança, e dança bonito.

Caso seu motor estoure, você perderá a causa na Justiça mesmo que troque o óleo da moto por conta própria rigorosamente de acordo com a quilometragem.
Jurisprudência: http://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8068311/recurso-civel-71001629302-rs

E o pior:

Mesmo levando em todas as revisões na concessionária, isso não fará diferença — a garantia será negada e o prejuízo será todo seu.

A coisa funciona assim:

A Justiça se baseia em provas concretas.

Se você não apresentar documentos que provem que você fez alguma coisa, seu depoimento não terá valor.

Pelo menos, não terá o mesmo peso que a empresa, que apresentará a documentação interna deles.

Sua palavra não terá o mesmo peso porque você não terá comprovantes (notas fiscais) atestando a realização do serviço de troca e muito menos da reposição do óleo consumido no intervalo entre trocas.

Reposição que a montadora define como sendo de SUA responsabilidade no documento chamado Manual do Proprietário — responsabilidade sobre a qual não falam uma palavrinha sequer na hora de entregar a moto.

Sem comprovante da execução do serviço em suas mãos, para a Justiça será a mesma coisa que você não ter trocado nem completado nem reposto o óleo.

Não adianta você mostrar nota fiscal da compra do óleo e dizer que você mesmo trocou — comprar óleo não prova que ele foi trocado e nem que você realmente o colocou no cárter da sua moto.

Em dúvida, julga-se a favor do réu — no caso, a concessionária que você está tentando processar.

Não adianta dizer que o mecânico da esquina colocou ou trocou e não deu nota fiscal — nunca vi nota fiscal por serviço de troca de óleo feita fora de concessionária.

E se você providenciar a troca por conta própria sem saber do macete da quantidade recomendada insuficiente indicada pelos fabricantes, você mesmo estará sabotando o seu motor...

Além disso, você não emite comprovante fiscal de que colocou 200 ml de óleo para repor o consumo durante uma inspeção rotineira...

Mesmo que você leve a moto rigorosamente em todas as revisões da concessionária, mesmo que não abuse de sua moto, se o motor estourar por falta do óleo que A CONCESSIONÁRIA não colocou...

FOI VOCÊ quem não leu direito o manual, não conferiu o nível TODOS OS DIAS (ou a ridículos 50 km como manda a bmw) e a empresa sempre terá como cair fora do compromisso da garantia alegando que VOCÊ não cumpriu sua parte.

Qual parte?

Aquela que o manual diz que você precisa repor o óleo consumido... e repor o óleo é um ato que não tem como ser provado diante do juiz.

Essa defesa das montadoras e concessionárias cai como uma luva no caso daqueles espertinhos que colocam o mínimo do mínimo de óleo no seu motor fingindo que estão fazendo o melhor serviço recomendado pela fábrica. 

Não são todos, mas é muito mais gente do que seria de se esperar da parte de empresas sérias fiscalizando a qualidade de serviços de suas representantes. 

E você ainda terá de recorrer a eles para comprar as peças de reposição necessárias para consertar o seu motor.

Percebeu agora a sutileza do abastecimento e entrega da moto com o mínimo do mínimo de óleo?

A culpa pelos problemas do motor sempre recairá sobre você e você não terá como provar que a culpa foi deles. 

A prova escrita nos carimbos de revisão do manual do proprietário atestam que a empresa supostamente fez a parte dela de maneira correta enquanto a moto foi levada nas revisões da concessionária.

Apenas supostamente, porque a gente sabe que muitos se aproveitam da confiança dos proprietários e não fazem o que deviam, né?

E você NUNCA terá como provar que eles colocaram óleo a menos do que deveriam.

Sua única escapatória dessa letrinha não tão miúda do contrato (o cumprimento do prescrito no manual do proprietário faz parte do contrato de venda) — tão bem explorada pelos advogados das empresas — é ficar de olho na qualidade do serviço das concessionárias.

— Comprovar o nível de óleo assim que receber a moto da concessionária, já na entrega e em todas as revisões...

— Conferir novamente pela manhã com o motor frio, porque a medição dá uma diferença significativa em relação ao motor quente... a menos que o seu manual determine a medição a quente, como no caso das bmw, indian e harley.

— E repor o óleo faltante e o óleo consumido obedecendo todas as orientações do manual... 

... são sua única e verdadeira garantia de uma longa vida útil do motor — sem depender de um recurso a advogados e à Justiça que será negado.

Nem que você faça isso por você mesmo.

Contar com a garantia da concessionária? Resultado incerto.

Contar com o SAC da montadora? Duvidoso. Pergunte a quem telefonou para avisar o SAC da dafra que a quantidade da troca de óleo da Kansas estava errada.

Contar com o Ministério Público? Já tentei. É a sua palavra contra os advogados da empresa "responsável" e conceituada no mercado... 

Muita gente já se desiludiu com esse pessoal...
Reclamação: http://www.reclameaqui.com.br/13822553/triumph-motorcycles/recusa-de-garantia-de-motor-fundido-tiger-800-xc/

triumph, triumph... e honda, dafra, bmw e uma pá de empresas... quem as conhece que as compre... 

Acredite, muita gente já entrou na Justiça e não conseguiu nada além de ser condenado a arcar com o prejuízo e pagar as custas do processo.

Fique esperto e não caia nessa.

Cerifique-se de que estejam fazendo o correto nas revisões, e faça você mesmo o correto na sua moto se não estiver a fim de contar com a garantia, porque aí você garantirá que o motor não dará problema.

Pelos menos por problemas de superaquecimento, má lubrificação e cabeçote trincado.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Moto morro abaixo e moto morro acima quando quer sair de banda ninguém segura

A curva mais traiçoeira é aquela que fica no início de uma descida ou ao final de uma subida.

Nem precisa ser uma subida completa, basta uma mudança do ângulo para menos — o não tão famoso gradiente de inclinação negativo.
A mudança de trajetória mais a diminuição da aderência por causa da mudança de inclinação da pista fazem a moto em alta velocidade perder o contato com o solo. Aí já era, é tombo certo.

E como a moto é mais leve, em curvas desse tipo ela desgarra em velocidades menores do que os carros.

Sabe aquele friozinho na barriga que dá na montanha russa? 

Só que moto não tem trilho... a moto segue reto e você vai junto.

Muita gente boa cai no passeio de fim de semana por causa dessa armadilha da curva fechada em início de ladeira morro abaixo ou ao final de uma subida.

Como neste vídeo, onde as duas motos empolgadas perdem a aderência e saem pela tangente no alto do morro.

Local do acidente ao final da subida aos 03:45.

Lembra da importância de ficar atento às placas que limitam a velocidade antes de curvas que eu falei outro dia?

Em uma estrada com velocidade limitada a 60 km/h, ainda havia a sinalização REDUZA A VELOCIDADE:

Seguida por uma placa com limitação de apenas 30 km/h:

Seguida de plaquinhas de contagem regressiva para alertar que a encrenca era feia e estava cada vez mais próxima:
Quem avisa, amigo é.

Só saiu da pista quem estava muito acima da velocidade indicada... 

A sinalização de velocidade tem uma margem de segurança, mas quem descobre o limite dessa margem geralmente ganha uma fratura.

Este outro vídeo mostra exatamente o mesmo mecanismo de queda, mas agora em uma curva no início de uma descida:

Aos 04:53 o rapaz se entusiasmou e acelerou fundo, aos 05:08 ele despachou a moto barranco abaixo e por pouco não foi junto.

A primeira placa aparece bem no momento da ultrapassagem. 

Preocupado com a manobra e possivelmente oculta pelo ciclista, o piloto passou batido pela primeira advertência.

Ele poderia ter se prevenido se tivesse atentado para as outras duas placas, DESÇA ENGRENADO e VERIFIQUE OS FREIOS...

São indicativos de uma ladeira acentuada e prolongada à frente. Coincidentemente, logo na curva.

A última placa foi colocada bem em cima da curva.

Embalado, ele teria de ter atentado:

Se uma redução de velocidade tão drástica era determinada, boa coisa não estava ali na frente.
Pois é.

20 km/h.

Coisa feiíssima.

Quando você vai rápido a ponto de não ver as placas, corre o sério risco de embarcar para o além.

A estrada ser tranquila não quer dizer que a próxima curva não trará uma grande armadilha.

Se você não conhece uma estrada, ou se faz muito tempo que não passa por ela, evite o excesso de empolgação.

Senão periga você transformar o passeio da sua vida no pior dos seus pesadelos.

E estragar o seu fim de semana e dos amigos pelo resto da vida.

Um abraço, e bons passeios,

Jeff

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Dica para acabar com o câmbio duro

Vou explicar porque este vídeo bem intencionado NÃO É a solução do problema:


Aquela folga que ele mostra no vídeo apareceu pelo desgaste da articulação do pedal do câmbio.

E essa articulação se desgastou justamente porque foi obrigada a fazer um grande esforço em todas as passagens de marcha — afinal, é uma moto já com 67.542 km rodados.

Grande esforço, dificuldade de passar marcha, problemas para achar o neutro e câmbio duro em motos novas são todos sintomas de nível de óleo baixo.

Costumam ficar piores depois dos 700 km, quando o óleo mineral perde sua viscosidade e o nível abaixa devido ao consumo e não é reposto no nível correto.

Mal lubrificado, o motor esquenta mais do que o normal, o óleo fica ainda mais fino do que deveria, as peças se dilatam mais do que o esperado e o resultado é o câmbio duro.

Se você reclama na concessionária que o câmbio está duro, eles dizem que é assim mesmo.

MENTIRA! 

Câmbio duro é falta de óleo, óleo velho ou problema mecânico, e problema mecânico é muito raro de acontecer em moto zero quilômetro.

Sim, já vi muita moto zero km sair da concessionária com óleo baixo. Donos de dafra que o digam. E de triumph, bmw...

Mantenha sua moto com o nível correto de óleo e você achará o neutro e passará as marchas com facilidade.

Seu pedal de câmbio não desenvolverá uma folga tão grande e nem precisará ser apertado até o talo com uma arruela de pressão...

Para eliminar de verdade esse problema de câmbio duro basta colocar a quantidade correta de óleo no motor, E NÃO É APENAS AQUELA QUE ESTÁ ESCRITA NO MANUAL.

Leia o manual com atenção e veja que está escrito:

— Coloque a quantidade indicada, MEÇA O NÍVEL E COMPLETE ATÉ CHEGAR NA MARCA SUPERIOR DA VARETA / VISOR DE NÍVEL DE ÓLEO.

Sim, os fabricantes FALAM PARA COLOCAR MAIS ÓLEO do que a quantidade recomendada — o importante é o nível, não a quantidade.

Sim, é o contrário do que sempre te ensinaram. Ninguém lê manual, fazer o quê?

E o que você nunca leu é que os fabricantes sempre disseram que para medir o nível PRECISA LIGAR O MOTOR FRIO por alguns poucos minutos e desligar.

A imensa maioria das concessionárias e oficinas ensina o procedimento errado, dizendo que é só tirar a vareta pela manhã — é mentira.

A imensa maioria das concessionárias e oficinas coloca apenas a quantidade dita no manual e não completa o óleo corretamente — e é VOCÊ que dança com o motor durando menos da metade que poderia.

é VOCÊ que completa o serviço de quem quer ver seu motor voltar para a oficina para retífica e troca de peças quando NÃO COMPLETA O ÓLEO CONSUMIDO.

Moto nova consome pouco óleo no começo. Depois de algum tempo, o consumo aumenta — se você não repõe, seu motor funde, estraga, perde potência e não há garantia que cubra NEGLIGÊNCIA DO PROPRIOTÁRIO.

De tanto tomar fubecada por causa de motores estragando antes do fim da garantia nos últimos anos, a própria honda corrigiu o procedimento nos manuais das novas motos 160, 190 e CB Twister:

Agora a informação de que precisa ligar o motor antes de medir ESTÁ NA SEQUÊNCIA DA PÁGINA DO PROCEDIMENTO DE TROCA DE ÓLEO e não mais em uma página à parte.

Não acredite em mim — acredite na honda (pelo menos quanto ao procedimento).

ELES CONTINUAM RECOMENDANDO UMA QUANTIDADE INSUFICIENTE, mas o procedimento agora é claro sobre o que tem de ser feito na troca.

SEU MECÂNICO OU SEU TROCADOR DE ÓLEO (no bom sentido) ALGUM DIA LEU O MANUAL DO PROPRIETÁRIO?

Não, ele aprendeu errado e continua fazendo errado.

Em quem você prefere acreditar, no seu mecânico que ganha a vida consertando motos, ou no fabricante?

Se antes o manual era enganoso e induzia a esse erro, AGORA NÃO EXISTE MAIS ESSA DESCULPA.

A honda livrou a cara dela explicando tintim por tintim e tornando o manual à prova de idiotas.

ENTÃO NÃO SEJA UM DELES. 

Acredite no manual do proprietário da honda e de todas as outras fabricantes — todos sempre disseram que precisava colocar mais óleo até chegar na marca de nível superior da vareta / visor.

Só que faziam isso de maneira que ninguém entendia e ainda seus funcionários sempre orientaram os clientes de maneira errada — na imensa maioria das vezes.

E também na imensa maioria das vezes, você leva sua moto na revisão e volta apenas com o mínimo de óleo — se não medir e completar no dia seguinte, seu motor vai para o saco.

Seu motor irá durar o triplo antes de pedir a primeira retífica. E certamente não irá estourar de entortar biela. Né, dafra?

Imagem: http://wilddogs40.wix.com/
E olha que quem vos fala é o dono de uma Kansas 2009 que ainda não viu retífica — e que já rodou muito por esse Brasil afora.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Exemplos da vida real

Neste acidente ocorrido ontem, o piloto perdeu o controle e ninguém sabe dizer o porquê.

O que eu vejo nessa foto é uma moto esportiva com o cárter rompido, deixando um longo rastro de óleo, e o pneu traseiro totalmente encharcado de óleo.

O cárter se rompeu antes ou depois da queda?
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2016/09/homem-morre-apos-perder-controle-da-moto-que-pilotava-em-cantagalo.html

É uma moto carenada. Seria difícil o cárter se romper em uma moto carenada por uma queda simples e não por uma colisão.

No meu entender, se o cárter tivesse se rompido em consequência da queda, o pneu e o garfo traseiro não estariam totalmente encharcados de óleo.

Penso ser mais provável que o cárter tenha se rompido antes por conta de uma biela quebrada que perfurou a carcaça do motor.


Isso acontece em motores severamente exigidos trabalhando com falta de óleo...
Carcaça de kawasaki ZX6R perfurada pela biela quebrada — com a moto em movimento, o óleo do motor vaza e vai parar na roda traseira, fazendo-a derrapar. Imagem: https://www.reddit.com/r/motorcycles/comments/kx90v/blown_engine_threw_a_rod/

Não é o primeiro caso que vejo assim:

Compare esse pneu banhado em óleo com o desta outra moto praticamente zero km onde o piloto não chegou a cair e sobreviveu para contar a história...
Imagem: Vídeo em http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/07/coisas-que-voce-nao-sabe-sobre-o-limite.html

Rastros de óleo idênticos ao da 7 Galo do Mário que estourou o motor a 200 km/h — por falta de óleo...
Imagem: Vídeo em http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/07/coisas-que-voce-nao-sabe-sobre-o-limite.html

Compare esses rastros de óleo com este outro em que o piloto também não sobreviveu...
Imagem e reportagem: http://adilsonribeiro.net/itaperuna-sabado-motociclista-perde-o-controle-da-moto-e-acaba-batendo-no-guard-rail/
Também na postagem http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/07/coisas-que-voce-nao-sabe-sobre-o-limite.html

Então minha teoria para o acidente deste domingo é que o óleo vazando molhou o pneu traseiro e causou a perda de controle, a queda e a morte do piloto...

Vejo indícios suficientes para dizer que pode ter sido mais uma morte causada por um motor severamente exigido que não tinha óleo suficiente.


Infelizmente, este caso entrará nas estatísticas como "piloto morre ao perder o controle da moto por causa desconhecida" — porque é difícil estabelecer se o cárter se rompeu antes ou depois da perda de controle.


É por isso que sou paranoico com esse assunto — há gente morrendo por desconhecimento de que rodar de moto com óleo baixo pode ser mortal. 


Enfatizo meu alerta.


Verifique sempre o nível de óleo de sua moto do jeito certo, e não do jeito errado que 99,9% do pessoal diz que é o correto, e salve sua vida.


Leia e ENTENDA o manual do proprietário.


Todo motor de moto precisa ser ligado e desligado antes da medição, não é igual carro — quem fala que é, não leu o manual, aprendeu errado ou está mentindo.


Não rode com óleo baixo para não se arriscar a entrar para essa estatística.


Um abraço,


Jeff

domingo, 25 de setembro de 2016

Jeff, porque você é tão paranoico com o óleo da moto?

Sniff... buááá.... saudades...
Esta é outra postagem que encontrei perdida nos rascunhos... era do tempo em que ainda morava em Santa Catarina e ainda era o feliz proprietário da saudosa Fenix Gold Edith...

Vamos lá:

Jeff, porque você é tão paranoico com essa história do óleo?

Porque a coisa é traiçoeira e pode trazer grandes prejuízos e até mesmo risco de vida aos ocupantes da moto — e ninguém fala disso.

Os casos de motores travados que testemunhei enquanto participava do fórum da dafra me conscientizaram do risco a que estamos expostos por esse recurso utilizado pelas empresas... 

E na postagem de ontem você vê como as motos da bmw flagradas com pouco óleo se encaixam exatamente na mesma dinâmica. (O "ontem" aparece porque eu havia atualizado e programado esta postagem para o dia seguinte à denúncia da bmw, mas adiei e ela acabou entrando no ar sem revisão junto com uma sobre a entrega técnica das triumph que ainda nem havia sido finalizada...)

Mesma dinâmica que afeta motos da triumph, disfarçados por uma manobra sutil do fabricante.

Mesma dinâmica que afeta motos da honda e demais fabricantes japonesas, causados pelo procedimento enganoso do manual divulgados pelas fabricantes e práticas condenáveis da parte das concessionárias... 

Motores que duram 1/3 a metade do que poderiam, dando prejuízo aos proprietários, colocando suas vidas em risco, e dando grandes lucros para os empresários envolvidos... quem escaparia de uma investigação rigorosa? 

Vou dar um exemplo concreto de como a medição do nível de óleo usando esses artifícios criados pelos fabricantes pode ser traiçoeira.

Tome como base na minha experiência com minha mvk Fenix Gold — Edith.

Na última troca de óleo da Edith, mandei por e acompanhei a colocação da quantidade de óleo que considerava correta:

O manual manda colocar 1,9 litro de óleo, e habitualmente coloco colocava 2,3 litros de óleo.


E assim foi feito na sexta-feira, 11 de setembro de 2015.


Abastecida com 2,3 litros de óleo, conferi o nível logo após a troca (motor ainda quente) e a vareta apontou praticamente 7/8 da faixa de medição da vareta de óleo.

Beleza, né? Só que não.

Meus amigos Betho e Edifrans estavam chegando na manhã do domingo seguinte, e o planejado era que todos subíssemos a Serra do Rio do Rastro. 

Por isso, na manhã do domingo, com o motor frio, antes que eles chegassem, me preparei para colocar uma dose de Militec para preencher aquele 1/8 faltante, e aproveitei para fazer nova verificação do nível de óleo. Velho hábito muito saudável para os meus motores. 

Para minha surpresa, ligando o motor por alguns minutos e desligando, exatamente conforme o manual, verifiquei a vareta e não encontrei óleo — ela estava praticamente seca.

Fiquei besta. Só não caí de quatro porque foi depois do café da manhã. E não havia um gramado.

Conferi novamente, e conferi mais uma vez, cheguei a pensar que estava alucinando (não seria a primeira vez), mas a realidade era que o motor estava pedindo mais 350 ml de óleo.

Ou seja, resumindo:

Acabei não subindo a Serra do Rio do Rastro com o pessoal por motivo de trabalho urgente. 

A medição do nível de óleo a quente que fiz assim que troquei o óleo MASCAROU a necessidade de colocar pelo menos mais uns 350 ml para atingir a marca de nível superior da vareta medidora. (Então no total são necessários 650 ml a mais de óleo na mvk Fenix Gold do que diz o manual do proprietário.)

Logo após a troca o óleo esquentou assim que entrou no motor e se dilatou. 

Na segunda medição, com o motor frio (ligar por 2 a 3 minutos não é suficiente para esquentar o óleo a ponto de se dilatar), a quantidade colocada que já era bem superior ao recomendado pelo fabricante se mostrou extremamente insuficiente.

Depois eu lembrei que o mesmo já havia acontecido na penúltima troca...

O procedimento determinado pelos fabricantes é enganoso por uma série de motivos, a começar pela quantidade incorreta.

E há uma série de pequenos detalhes que contribuem para que você nunca perceba que está tomando prejuízo — o que não aconteceria se o manual simplesmente dissesse a quantidade correta de cada troca...

As empresas sabem perfeitamente de tudo isso que eu falo aqui, mas os proprietários não.

Então é uma festa, porque na hora em que o motor abre o bico, todo mundo passa aquela imagem de que "moto é assim mesmo", "motor de moto não dura nada"...

E os proprietários se conformam porque poucas pessoas têm condição de chafurdar nos fatos e descobrir a verdade por si mesmas.

É por isso que sou tão paranoico quanto a isso.

Odeio ver pessoas inocentes sendo lesadas e lesionadas por falta de conhecimento e por confiarem excessivamente em quem não faz por merecer.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Adianta ter motão e não saber usar?



O pessoal rodando de boa, quase sem fazer arte, aí do nada aparecem dois manés com motos mais potentes se achando os tais e fazem uma baita лазанья dessas...

E nos comentários ainda tem gente que vem falar mal do pessoal das motonetas...

Ô, pessoalzinho tarado incapaz de fazer autocrítica e enxergar que quem está errado, está errado...

Só porque têm motos caras — que muitas vezes não sabem pilotar direito, nem tão mais potentes — a yamaha R15 que caiu é uma 150 carenada, são bons de reta — e se borram nas curvas, alguns se acham donos do mundo com direito de passar por cima das leis e até do bom senso.

Mas na hora em que vão para o chão por mérito próprio, o pessoal das motos menos potentes que eles tanto menosprezam é quem para pra ajudar.

O pessoal das motinhos não abusou tanto, não aprontou muito e teve condição de voltar para casa por conta própria...

Já os caras das "motonas" se acharam no direito de ultrapassar todo mundo na contramão em local proibido, sem visão, o (  *  ) fechou no meio da curva, pagaram o maior micão, saíram no prejuízo, e é capaz de um deles ter de voltar de carona na caminhonete de alguém...

Uma lição de vida dessas devia levar esse pessoal a repensar algumas atitudes na sua relação com os outros motociclistas e motoristas...

Ter uma moto mais potente capaz de rodar significativamente mais rápido que outras não lhes dá o direito de se achar superior a ninguém.

Que tal aproveitar para deixar apenas boas lembranças de nossa breve passagem por este nosso mundo onde podemos pilotar por tão pouco tempo?

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Prazeres que só uma moto te dá

Mais um vídeo da série "Prazeres que só uma moto te dá"...

No episódio de hoje: GRANIZO


Nota: Não sou eu pilotando essa moto.

Granizo realmente é uma метель.

Ainda mais se for uma tarde bonita de verão e você estiver só de camiseta... gota de água já dói que nem pedra, e um amigom eu falou que pedra de gelo dói que nem surra merecida de pai e mãe.

Fora o vento gelado no peito... me contaram.

Nem jaqueta de couro resolve. Imagino, porque meu amigo estava sem e me arrepio até hoje. Eu não, meu amigo. Ele diz.

Pilotar nessa condição pode ser divertido, mas fique preparado para os motoristas que se assustarão e buscarão o acostamento em pânico porque o gelo está estragando a pintura do carro.

Ou frearão na sua frente porque não estão enxergando um palmo diante do nariz, apesar de terem limpador de para-brisa e o limpador ter duas velocidades. A maioria não sabe usar a velocidade alta.

também muitos motociclistas estarão desesperados buscando abrigo.

Nessa hora não vai ter ninguém lembrando de procurar uma moto no retrovisor, é cada um por si.

Ninguém imagina que possa vir um doido numa moto tomando chuva de gelo. E só de camiseta que nem esse cara do vídeo e esse meu amigo.

Então fique ligado porque na hora que começa o granizo, a coisa fica tensa.

E depois piora.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O primeiro acidente que quase foi o último

Este é um daqueles vídeos que a gente só consegue ver porque o piloto sobreviveu para contar a história.


Mas por muito pouco as imagens teriam se perdido para sempre...

Nas palavras do piloto do vídeo:
Este é um "primeiro acidente" típico de novatos. 

E eu chamo de novato quem tem menos de um ano de pilotagem, ou menos de seis meses com uma cilindrada muito maior que a anterior.

O novato está entusiasmado com a moto, faz a primeira viagem e aí chega a hora de enfrentar uma curva que ele nunca encontrou dentro da cidade.

Ou com uma moto dessa potência e peso.

A curva fechada era amplamente sinalizada por várias placas de curva acentuada à direita, sonorizadores...

... — aquelas costelinhas no asfalto são um alerta bem perceptível visual, sonoro e vibracional para enfatizar a importância de reduzir a velocidade...

E mesmo assim ele estava a quase 100 km/h em um trecho com velocidade máxima de 40 km/h...


A sinalização viária existe para alertar os condutores sobre uma curva perigosa, uma travessia de pedestres, irregularidades na pista... alguma situação que será difícil de enfrentar em alta velocidade.

Se você está em uma rodovia e encontra uma placa reduzindo subitamente a velocidade, pode acreditar que a curva ali na frente não é uma curva comum.


Um limite de velocidade baixo indica a existência de um grande risco à frente. 

Ignorar a sinalização é uma atitude que pode resultar em grandes prejuízos para você e sua moto.

Quanto mais enfática a sinalização, pior será a encrenca.

Infelizmente, o pessoal só respeita radar e lombada, e ainda assim nem tanto quanto deveriam — quem tem grana para jogar fora não está nem aí com multa, sabe que não irá para a cadeia nem que mate alguém. Brasil.

Você vê a repetição daquele acidente aí de cima neste vídeo de uma queda na Curva da Onça da via Anchieta:

A Curva da Onça fica na descida da serra e é a curva mais fechada de toda a via Anchieta, que liga a capital ao litoral de SP.

E ela tem esse nome porque fecha subitamente no meio da curva e a onça te abraça — do lado de fora da mureta tem um abismo de uns 300 metros.
Imagem: google maps

Provavelmente é a curva mais traiçoeira do Brasil em uma rodovia de grande fluxo de veículos.

Todo o trecho da serra é sinalizado e monitorado por radares com limite de 60 km/h.

Os valores de velocidade indicados pela sinalização, placas, faixas, sonorizadores, radares permitem fazer essa curva e a imensa maioria das curvas com boa margem de segurança. 

Jogar essa margem fora é a causa da imensa maioria dos acidentes de motocicletas, automóveis e caminhões em rodovias.

Uma das causas é pilotar tão rápido que não dá para visualizar as placas... 

Esta é outra descida de serra, na rodovia Mogi-Bertioga:


Você não viu placa nenhuma, né?

Nem os pilotos.

Mas acredite, a sinalização está lá.

Se você estiver tão rápido que nem consegue ver as placas, tenha certeza de que alguma coisa vai dar errado.

O leitor José Carlos Aires observou que no vídeo da postagem de ontem o piloto perdeu o controle a 134 km/h em uma rodovia sinalizada para 60 km/h.

Alta velocidade é adrenalina, mas excesso de adrenalina quase sempre mata.

Um abraço,

Jeff