domingo, 31 de julho de 2016

As 125 lá de fora

Vídeo com motinhos 125 que você nunca verá aqui no Brasil:

E você não verá aqui por que mesmo?

Bem, Brasil é Brasil...

O pessoal já compra motos desatualizadas a preço de ouro, então para os fabricantes está muito bom do jeito que está.

E se viessem, elas não iam vender mesmo, iam acabar encalhadas nas lojas.

Lá fora elas já custam o equivalente a uma 250 das deles lá na Europa, Japão e resto do mundo — que é o preço de uma 125 pelada das nossas aqui no BrasilA Lexmoto é exceção ao custar 1500 euros, o equivalente a 5500 reais.

Se viessem para cá, os jénios iam querer vender cada uma a preço de esportiva 600 carenada de quatro cilindros.

Essas motinhos só encontram mercado na Europa porque lá você pode começar a pilotar a partir dos 16 anos, mas só pode rodar com uma moto de grande cilindrada depois dos 24 anos.

O processo de habilitação exige experiência prévia com motos menores, não é que nem aqui no Brasil onde o pessoal já pode sair se matando com uma motona no dia do aniversário de 18 anos.
Imagem e reportagem: http://www.jornaldoestadoms.com/2016/04/jovem-de-18-anos-morre-apos-perder.html

Como o trânsito por lá é civilizado, muita gente opta pela economia e não migra para motos maiores e mais gastonas, o mercado é muito maior para as motos pequenas, daí a diversificação dos modelos.

Para a gente só resta ficar babando e esperando motinhos como essas um dia chegarem por aqui...
Um abraço,

Jeff

sábado, 30 de julho de 2016

Espelhinhos da modinha e mimimis

Existe uma modinha de colocar espelhinhos menores que os originais no guidão da moto.

Alguns são pequenos e fixados nas extremidades do guidão, o lugar da pior visualização possível, outros são fixados no lugar dos originais.

Não caia nessa...


Eles oferecem pouca visibilidade, dificultando visualizar carros e motos se aproximando bem na hora em que você precisa decidir uma mudança de faixa. Isso foi explicado pelo próprio piloto no vídeo acima.

Se você não consegue ver nada além dos ombros no espelho, é porque você está regulando errado.

Não existe somente a regulagem da ponta da haste do espelho — com uma ferramenta, você pode soltar a base da haste e posicionar o espelho mais avançado, aí a regulagem da ponta da haste mostrará além dos seus ombros.

Os espelhos estão lá para mostrar carros te ultrapassando, te oferecendo perigo, e não para ver quem está atrás de você — moto não tem retrovisor central como os carros, para ver quem vem bem atrás você precisa mover a cabeça. 

Outra modinha é a dos espelhos fixados por baixo do guidão — são estilosos, mas complicam do mesmo jeito. E olha que alguns são originais de fábrica...

Espelhos por baixo do guidão seriam fundamentais em motos com guidão seca-suvaco, se o pessoal que usa seca-suvaco estivesse preocupado em usar espelhos — espelhos são obrigatórios, moto sem espelho dá apreensão para o pátio. Como se o pessoal que usa seca-suvaco estivesse preocupado em ser pego... 

E é ilusão pensar que espelhos são desnecessários em uma moto, ilusão que pode complicar bastante algo simples na hora da real necessidade.


Tem espelho por aí que além de ser minúsculo, pode ser usado como fatiador de presunto.

Só que na maior parte do tempo a carne gorda mais próxima de sua moto e com maior chance de ser espetada é a sua. Sabe aquela abaixadinha básica para calibrar o pneu? Pois então. Enfiar um desses no olho não é legal.

Outros motociclistas também correm o risco de se machucar com uma coisa dessas — o trânsito aqui no Brasil não é como o da Califórnia, o espaço aqui é bem mais disputado e o pessoal tira fina mesmo de raspar ombro no espelho.

Um espelho desse tipo se torna inútil para sua função principal — mostrar claramente carros e motos que possam te colocar em perigo.

A indústria de acessórios precisa ganhar dinheiro, mas você é o principal interessado na sua própria segurança.

E ATENÇÃO! 

Interrompemos esta postagem para a apresentação da campanha CHEGA DE MIMIMI!

Vou aproveitar esses vídeos para combater um mimimi muito comum por aqui na terra brasilis.

O mimimi "bati atrás porque o cara parou sem motivo".

Note nos vídeos que, apesar de as motocicletas terem batido contra alguém que parou de repente, os pilotos não ficaram reclamando.

Eles simplesmente assumiram que deveriam ter prestado mais atenção.

É assim que os adultos agem.


Imagem: http://www.umsabadoqualquer.com/

Bateu atrás, a culpa é sua, é assim que a coisa funciona — o motorista da frente tem todo o direito de parar na hora em que precisar.

Seja porque o motorista viu (ou acha que viu) algo que você não viu — um pedestre, um cachorro, um gatinho, um piu-piu, um filhote de canguru, um diabo da tasmânia que caiu de um caminhão, ou teve uma pane mecânica, ele pode parar e é você quem tem que se preocupar em não bater atrás — é o que diz a lei.

Então chega de fazer mimimi porque você motociclista não manteve uma velocidade compatível e uma distância prudente.

Adultos assumem aquilo que fazem e não ficam tentando jogar a culpa em cima dos outros.

Chega de mimimi!

Popor hoje é só, pessoal!

Abraços, 

Jeff

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Fazendo enduro com Harley

Hoje tem três postagens curtas sobre assuntos diferentes, as outras estão na sequência, não se esqueça de ler.

Do fundo do baú, velho de 75 anos, um filme do treinamento com motos do exército dos EUA:

Com direito a capote no sargento e no cameraman.

Naquela época não existia esse negócio de moto para trilha, moto para estrada, moto para pista, moto para dia nublado sem ameaça de chuvisco.

Você tinha que saber pilotar essas máquinas em qualquer condição de falta de pista, até mesmo debaixo de chuva pesada.

No caso, chuva de balas.

Trazendo essa experiência para os dias de hoje, essas motos robustas e a técnica de parar em curtíssima distância apeando a moto seriam aplicáveis para as condições atuais do Brasil.

Motos robustas para aguentar a má qualidade do asfalto, e técnicas de parar repentinamente para se livrar das balas perdidas nos assaltos aos carros-fortes.

Ainda faltam cinco meses, mas nunca é cedo demais:

Tenha um feliz 1942!

Um abraço,

Jeff

95 maneiras de cair com uma moto

Vale a pena a leitura:
Lista completa: http://salvamoto.blogspot.com.br/2007/10/95-maneiras-de-cair-com-moto.html

Uma palhinha das 13 primeiras, testadas e aprovadas por um conhecido muito amigo meu com grande experiência no assunto. Não vou contar quem é porque sou modesto.

95 maneiras de cair com uma moto é uma matéria do blog SalvaMoto — macetes de pilotagem, dicas de mecânica, peças, ferramentas e muito mais sobre o universo 2 rodas.

Muitas postagens interessantes, vale a pena conhecer. 

Você encontra a lista completa das 95 maneiras neste link.

Um abraço,

Jeff

Belas atitudes

São pequenas atitudes como essas que enchem o coração de alegria.

Nestes tempos repletos de ódio e intolerância, elas provam que sempre existe uma oportunidade para a gentileza e humanidade, basta estar atento.

Parabéns a todos que realizaram esses atos, e também a quem compilou todos em um único vídeo.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O flagrante da falta que faz o farol aceso durante o dia para as motos

Quanto a este vídeo, nem tem o que comentar, o acidente foi gravado com uma riqueza de detalhes difícil de se ver por aí.


E o que se vê claramente é que se a moto estivesse com o farol aceso muito possivelmente teria sido vista e o acidente não aconteceria.



Rodar com o farol apagado ou queimado é um dos maiores erros cometidos pelos motociclistas.

Motos são muito pouco visíveis, principalmente as de cor preta desaparecem contra o asfalto preto.

Some a isso a jaqueta e o capacete pretos, e a moto fica invisível naquela olhada rápida que os motoristas dão antes de atravessar uma via.

Nosso cérebro vê aquilo que esperamos ver — ele constrói uma imagem mental daquilo que espera encontrar e confere se o sinal enviado pelos olhos corresponde ao esperado.  

Como ele espera ver algo como um carro, caminhão ou ônibus, assim que o motorista não vê nada disso se aproximando, ele toma a decisão de avançar.

Infelizmente, motos pouco visíveis são ignoradas pelos olhos e pelo cérebro, e por isso é tão fundamental manter o farol alto aceso durante o dia.

Nosso cérebro também é atraído por coisas brilhantes, e o farol aceso é sua única defesa contra essa incapacidade de enxergar motos.

E essa incapacidade é universal, o pessoal cruza na frente das motos porque não as vê tanto aqui como no Japão, EUA, Argentina, Canadá, Rússia ou Bósnia e Herzegovina.

Não deixe para trocar a lâmpada queimada outra hora, é uma economia muito burra.

Maximize sua chance de ser visto pelos motoristas acendendo o farol alto durante o dia, mesmo na cidade.

E nas estradas isso é ainda mais importante agora que os carros também estarão com o farol baixo aceso.

Usar o farol alto fará com que você se destaque e não seja confundido com os faróis mais fracos dos carros.

É verdade que rodar com o farol alto durante o dia supostamente deveria dar multa...

Mas dificilmente o guarda irá distinguir um farol de moto aceso alto de um farol de moto aceso baixo  ҩ^..^ ψ  — Principalmente se você for ligeiro e cara de pau e mudar rapidinho de alto para baixo na hora em que for parado pelo guarda.

Além disso, roubar dinheiro público deveria obrigatoriamente dar cadeia, e não dá, então estamos quites.

Pelo menos, rodando com o farol alto aceso durante o dia você garante a sua segurança. 

Até hoje eu nunca tomei multa por isso.

Nem trombei contra alguém cruzando a minha frente.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Cachorro filhote de cão e cadela!!!

Você nunca sabe quando uma encrenca poderá resolver atravessar a rua...

E nem imagina o que pode acontecer depois. Dica: fique de olho no caminhão...
Para esconder os links que atrapalham a imagem, clique no botãozinho com formato de engrenagem e no botãozinho Anotações, depois no Play para sumir o menu.

HOLY ПОЛЕТ DOG!!!

Veja o mesmo acidente por outro ângulo:

Realmente, o cara foi muito ninja! Agradeço a colaboração do leitor José Carlos Aires que enviou o link fantástico!

É por isso que motos viajando em grupo precisam se manter a uma boa distância, nunca uma ao lado da outra, e nunca em fila indiana.

Se algo acontece com quem está na sua frente, você terá melhor chance de escapar da encrenca se não estiver logo atrás ou do lado — veja a foto lá embaixo. 

No vídeo, o primeiro piloto evitou o cachorro, já o segundo não teve o que fazer — quando viu o bicho já estava debaixo da roda...

Mas quem quase morreu foi o terceiro cara, que viajava logo atrás e freou e caiu antes de bater na moto que atropelou o cachorro.

Se ele não tivesse sido ninja para sair da frente do caminhão, não ia dar para mostrar o vídeo neste horário. 

Encrenca não tem hora para acontecer, então o negócio é ser prudente.

Passear em grupo é muito legal, exige precaução de todos os integrantes, mas pelo menos você pode combinar esses detalhes com os amigos.

Quando alguém do grupo visualiza um cachorro ou outro animal na pista ou no acostamento, o sinal universal para alertar e reduzir a velocidade é levantar o braço esquerdo com a mão espalmada e quatro dedos levantados — indicando um bicho de 4 patas. Canguru perneta, só o dedo do meio.
Imagem e reportagem: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2013/07/ao-viajar-de-moto-em-grupo-fique-atento-aos-sinais-4195566.html

Mas no trânsito comum não há sinais combinados e você nunca sabe como o pessoal vai se posicionar perto de você, então fique atento para não rodar muito perto de outras motos.

Os outros pilotos e os cachorros não leem o blog, mas você já faz ideia das encrencas que podem aparecer na rua de repente — então seja prudente. Puxa, não canso de repetir isso...

Um abraço,

Jeff
PS: Hoje foi dia de postagem dupla, tem outra logo abaixo.

Estatística que dá o que pensar

Essa estatística dá o que pensar, e o pensamento que me vem à cabeça é:

Onde nós estamos errando?
Imagem e reportagem: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/07/27/vitimas-em-moto-ja-sao-56-de-internacoes-por-acidentes-de-transito-no-pais.htm

Das 43.075 mortes no trânsito ocorridas no Brasil em 2013, 12.040 foram motociclistas ou passageiros de motos — mais de três vezes os mortos em 2002, quando 3.773 perderam a vida. 

E esses números são bastante subestimados:

Óbitos ocorridos semanas ou meses após o acidente por complicações e sequelas não estão registrados.

12.040 motociclistas por ano é muita gente.

Equivale a 75 acidentes de avião por ano, mais de um boeing 737 caindo por semana.

São mais de 25 ônibus rodoviários lotados de motociclistas embarcando para o Além a cada mês — praticamente um ônibus lotado por dia.

Fora o pessoal que fica tetraplégico, paraplégico e os amputados e sequelados...

Há algo de muito errado em tudo isso, e as estatísticas da reportagem permitem ter uma ideia de causas possíveis para o problema:
Imagem e reportagem: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/07/27/vitimas-em-moto-ja-sao-56-de-internacoes-por-acidentes-de-transito-no-pais.htm

As regiões Norte e Nordeste estão bem acima da média, Centro-Oeste representa a média nacional, Sudeste e Sul estão um pouco abaixo da média.

Isso me leva a pensar que a infraestrutura deficiente de estradas e sinalização, formação de condutores, fiscalização de habilitação (cinquentinhas...), não uso de capacete e calçados apropriados respondem por boa parte dos casos nas regiões acima da média.

E o consumo de álcool (principalmente) afeta todas as regiões, assim como o abuso da confiança (e fé) que os motociclistas mais jovens esbanjam.

Há um ditado que diz:

Você encontra motociclistas ousados e motociclistas idosos, mas não há motociclistas ousados idosos.

A moto é uma máquina que precisa ser respeitada.

Faça tudo que puder para garantir a sua parte:

Luzes funcionando corretamente, regulagens e manutenção em dia, inclusive o óleo do motor sempre no nível correto — isso minimiza a chance de se envolver em acidentes e a ocorrência de problemas mecânicos potencialmente causadores de acidentes.

Pilotagem com prudência e respeito às leis de trânsito diminui enormemente a possibilidade de acabar se acidentando — e bota enormemente nisso.

Conhecer as armadilhas do trânsito e não se atirar nelas de maneira inocente também é fundamental — há um link específico para postagens abordando esse assunto na lateral da página do blog.

Basicamente, essas sempre foram as três preocupações fundamentais deste blog.

Torço para que estas postagens sirvam de alerta para ajudar a diminuir essa tragédia evitável que é a morte brutal de tantos jovens no trânsito.

Um abraço, e feliz Dia do Motociclista,

Jeff

terça-feira, 26 de julho de 2016

Vixi, caí no mato sem cachorro... e agora?

A coisa pode se complicar quando você sai para um rolê sozinho e cai longe de tudo...

Quando outras pessoas te veem cair, tudo fica mais fácil.

A primeira preocupação de quem vê um acidente deve ser cuidar da própria segurança e então sinalizar imediatamente para que outras motos e veículos não atropelem o piloto e a moto caídos.

O filmador fez a coisa certa, sinalizou o local antes da curva para que outros pilotos diminuíssem a velocidade e pudessem parar para ajudar — fazendo isso ele garantiu a segurança de todo mundo.

Em seguida, ele estacionou a própria moto em local com menor chance de ser atingida por um aloprado em alta velocidade.

Remover a moto acidentada do caminho é outra coisa que deve ser feita — isso evita vazamentos de combustível e óleo, evita novos acidentes e melhora a segurança de todos em sua volta.

Você só não remove a moto do local antes da chegada da polícia em caso de acidente com vítima grave ou fatal, porque aí eles poderão determinar uma perícia com fotos do local.

Mas e quando você se acidenta sozinho?
Você faz o quê nessa situação?

No vídeo o acidentado fez a coisa certa, garantiu o socorro e ficou imóvel

Felizmente ele conseguiu sinalizar e ser visto aos 0:41 da filmagem.

O filmador se comunicou com o acidentado e teve certeza que ele estava lúcido e consciente, sem problemas para respirar.

Com a perna quebrada, a coisa certa é não mexê-la, mas permanecer imóvel, e não tentar levantar o acidentado — e garantir que ele não se levante na adrenalina.

Ficar em pé com uma perna quebrada faria com que o osso se desencaixasse e atravessasse a carne, a tal da fratura exposta — se a ponta do osso cortar uma artéria, ele poderia morrer em poucos minutos pela perda de sangue. 

Sem uma hemorragia evidente, nem a necessidade de outros cuidados, o filmador se preocupou em desligar e erguer a moto.

Isso se justifica porque o combustível vazando e o contato com o escapamento quente, não só do combustível como da folhagem, pode iniciar um incêndio — se isso acontecer, você estará num mato sem cachorro. 

Mas se não fosse o filmador perceber o cara pedindo ajuda com os braços levantados, quanto tempo ia se passar até alguém perceber o motociclista acidentado lá fora da estrada?

Pensou nisso?

E se não tem ninguém por perto para perceber que você caiu em uma vala e se quebrou todo? Belas curvas e um acidente aos 3:35.

E se ninguém vê você caindo lá no meio do mato barranco abaixo, e você não consegue sair de lá sozinho? 

Neste outro vídeo, o cara lá na frente cai no barranco aos 5:45 — aproveite para ouvir o belo uso do freio motor; pilotar não é andar só de cabo enrolado e cravar os freios que nem um doido.

E se estivesse escurecendo?

Passar a noite sem conseguir voltar à estrada e sem ninguém ter ideia do que aconteceu contigo, sem sinal de celular, sem ninguém na estrada ouvindo você gritar, pode ser uma das experiências mais tormentosas da vida. O consolo (epa!) é que não há mal que sempre dure, já dizia Grim Reaper.

Essa coisa de cair no mato, ninguém na estrada te ver e ser obrigado a sair da encrenca sozinho acontece até com carros, imagina com motos...
Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2016/08/motorista-capota-rasteja-ate-sc-480-e-e-socorrido-11-horas-apos-acidente.html

Pilotos de moto se machucam muito mais em um acidente desse tipo. Rastejar com uma perna ou um braço quebrado barranco acima pode ser impossível.

Quando você estiver muito a fim de enrolar o cabo, deixe para fazer passeios sozinho por estradas distantes e com pouco movimento apenas quando já estiver bem familiarizado com sua moto — e com a estrada.

E não se arrisque muito em curvas cegas, elas podem trazer grandes surpresas para os novatos, postagem falando disso sai daqui a uma semana.

Pegar sozinho uma estrada remota cheia de curvas é coisa para se fazer somente depois de ter experiência suficiente para não se meter nessas enrascadas.

E dá para dizer que até quem é experiente e prudente está se arriscando a uma queda inesperada...



Já imaginou se ele tivesse quebrado uma perna lá embaixo no barranco?

A moto te convida a desafiar seus limites, aceitar é contigo. Mas se você precisar de resgate, aí será com os outros.

Então vá na boa, se divirta, e tome cuidado para não estragar o passeio da moçada.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Corredor, a terra de ninguém

O corredor supertranquilo pode ser a pior experiência para o motociclista, porque ele relaxa pensando que ninguém vai entrar na frente dele.

Este corredor do vídeo se formou entre uma faixa exclusiva delimitada por uma sinalização dupla contínua — teoricamente ninguém poderia mudar de faixa.

Mas sempre tem alguém que desrespeita... e o corredor é a terra de ninguém.

Isso aconteceu na Califórnia, único estado norte-americano onde é permitido rodar no corredor.

Em alguns outros estados, há projetos de lei para tornar o corredor permitido para motocicletas, e todos enfrentam grande resistência porque, como você acabou de ver, há uma enorme chance de dar um furdúncio.

E quando a coisa no corredor furdunceia, furdunceia muito mais para o pessoal das motos.

Cair na frente de um caminhão e sobreviver é uma experiência inesquecível. Terrível é lavar a roupa depois.

Quando o trânsito fica complicado, todo mundo quer se livrar do engarrafamento e mudar de faixa, ainda mais com uma faixa exclusiva vazia ali do lado dando sopa, a tentação é grande.
Imagem: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/07/motorista-que-trafegar-por-faixas-olimpicas-sera-multado-em-r-15-mil.html — Cariocas, cuidado... sabe quem vai respeitar essa faixa exclusiva que nem proíbe a invasão?

Então é isso, tenha sempre em mente que se alguém tiver a menor chance de mudar de faixa na sua frente, ele irá mudar sem pensar, seja porque ninguém procura por motos no espelho e/ou porque não está nem aí.

Para o novato, o corredor é um risco enorme também por causa dos outros motociclistas.

Você pilotando com precaução no corredor, as outras motos irão buzinar e te chamar de "rolha" porque a prudência fica obstruindo todo mundo. 

Ser rolha não é legal, o pessoal pressionando e tentando ultrapassar onde não dá pode te envolver em um acidente.

Ou a atenção desviada por quem está atrás pode fazer você se descuidar do que está à frente.

Melhor do que ser rolha é ser ferrolho — ferrolho é o nome dado à última motocicleta de um comboio organizado.

Aquele trem de motos voando baixo no corredor não tem nada de organizado, melhor sair da frente. 

Deixe os apressados passarem e siga atrás deles em menor velocidade e a uma distância prudente.

Na hora em que eles caírem — porque um dia certamente vai acontecer isso aí do vídeo com eles — o ferrolho irá parar a tempo de não se envolver no acidente e ainda irá chamar o resgate.

Ferrolhos não costumam ir para o SUS e nem para a delegacia.

Um abraço,

Jeff

domingo, 24 de julho de 2016

Pokémon Go, motocicletas e ochotonas

Já começam a aparecer as primeiras encrencas de trânsito causadas pela febre do jogo Pokémon Go.

Para quem não conhece, Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada, você sai pelas ruas com o seu celular caçando monstrinhos virtuais que aparecem nos lugares mais inesperados e os captura como se tivesse uma pokebola.

O pessoal vai à loucura e se esquece do trânsito...

E como se não faltasse mais nada para complicar a vida de quem anda de moto, já tem até gente dando "conselhos" sobre como caçar pokémons sobre duas rodas...
Imagem: Pesquise na internet porque eu me recuso a colaborar com esse tipo de coisa.

Sério, o bulbassauro aí de cima fez um vídeo mostrando como capturar pokémons usando uma moto para costurar no trânsito, passar por cima de calçadas e outras coisas que não se deve fazer com uma moto.

O importante para a gente que anda de moto é que já estão acontecendo acidentes de trânsito por causa de motoristas irresponsáveis.
























E motociclistas no Japão já foram para a delegacia por caçar pokémons andando de moto...


Além dos riscos evidentes de você se envolver em um acidente com a atenção desviada por um charmander charizard dando voo rasante, também existe o perigo de ir procurar um monstrinho em locais onde o pessoal pode não gostar muito dessa ideia...
Sede dos Hells Angels da Nova Zelândia apontada como local de pokémons...
Imagem e reportagem: http://www.stuff.co.nz/technology/81999684/Pokemon-Go-players-turn-up-at-Hells-Angels--looking-for-pokestop

Então, para os motociclistas de juízo que leem o blog, tomem cuidado porque logo iremos encontrar ainda mais barbaridades no trânsito.

E para os motociclistas que leem o blog, mas não resistirão à tentação de sair caçando todos eles, tomem ainda muito mais cuidado para não causar essas barbaridades no trânsito.

E pensar que tudo começou com o inocente Pikachu, baseado em um animalzinho raro encontrável lá no hemisfério norte de nome pika (perdão) e nome científico Ochotona (desculpe)...
Link da Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ochotona

E quanto maior o Pikachu, maior a ochotona.




Um abraço, juízo, e prepare-se para a encrenca! Encrenca em dobro! Para proteger o mundo da devastação! Para unir as pessoas de nossa nação! Para denunciar os males da verdade e do amor! Para estender nosso poder às estrelas! Equipe Rocket decolando na velocidade da luz! Renda-se agora ou prepare-se para lutar!

Jeff

Nada como nascer virado para a lua

Algumas pessoas têm sorte...

Mas essa dupla tem sorte para dar e vender.

Nada como um ótimo final feliz.

Pelo menos, para os motociclistas.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Óleo da Intruder 125 e a farsa desmascarada

Há cerca de um ano o leitor Patrick Lemos declarou na postagem Atenção proprietários de suzuki Yes e Intruder:
E este ano ele me presenteou com as fotos e o relato da troca de óleo da Intruder dele, que está no facebook, mas não achei mais o endereço.

Atualização: Ainda bem que o Patrick enviou o link de novo!

O Patrick seguiu passo a passo o manual do proprietário, e comprovou por A + B tudo aquilo que o blog vem dizendo — a quantidade recomendada não atinge o nível recomendado.


Aquela gravação da quantidade de óleo que a suzuki faz nos seus motores só serve para enganar incautos.



Quando você faz o procedimento exatamente como manda o manual...

Ligando brevemente e desligando o motor depois do abastecimento do óleo novo...

... você constata que a quantidade especificada e gravada no bloco do motor deixa o nível de óleo bem abaixo do mínimo, o óleo nem aparece no visor de nível. 

Olha o que sobrou na embalagem comprovando a colocação de 850 ml.

850 ml é uma informação inútil até mesmo sem troca do filtro de óleo!


850 ml serve somente para deixar o nível na marca de mínimo na troca sem filtro. 

Você sempre precisa colocar mais óleo do que o recomendado no manual, mas o fabricante não assume isso, apenas dá a entender — quem for esperto, descobre. 

A informação do manual do proprietário diz que a Intruder 125 usa 850 ml na troca sem filtro e apenas 950 ml na troca com substituição do filtro de óleo.

Ambas as informações são mentirosas, continue lendo e veja o porquê.

O fabricante faz de conta que não sabe que essa quantidade é insuficiente e fala como se fosse mero acaso essa necessidade absoluta de colocar mais óleo... que raio de engenharia é essa? Queria ver a suzuki explicar o motivo dessa gravação inútil e enganosa...

O site Intruder125 também mostra um tutorial da troca de óleo e filtro em detalhes e confirma que 950 ml são insuficientes — o autor cita: 

O manual diz que 850 ml de óleo são suficientes. Eu usei quase tudo [1 litro] e ainda faltou um pouco.

O pessoal grava na cabeça o número 850 ml e não lê no manual a parte que fala que na troca do filtro precisa colocar 950 ml.

mesmo com 1 litro de óleo, continua faltando...

A Intruder 125 precisa de 1200 ml de óleo para atingir o nível recomendado na troca de óleo e filtro!

Olha só o que sobrou do óleo colocado no motor da moto do Patrick: 
2 litros – 1,2 litro no motor = sobra de 800 ml

E é só com essa quantidade de 1,2 litro que o nível chega exatamente ao recomendado na troca com substituição do filtro:
Olha só que beleza o nível de óleo certinho, dá para ver a moto sorrindo feliz da vida.

As fotos provam que é necessário adicionar 26% mais óleo do que os 950 ml determinados pela suzuki quando se troca o filtro.

E como a suzuki manda colocar 100 ml a menos na troca sem substituição do filtro, a quantidade correta para atingir a marca F sem trocar o filtro é de 1100 ml.

E tem mais:

Troca a cada 3000 km só é viável para motos resfriadas com água. Nas motos resfriadas a ar, o óleo mineral não aguenta tudo isso, aos 1000–1500 km o óleo já virou café mal coado.

Por que esse óleo a mais?

Porque senão você mantém a moto com um nível muito baixo, já pedindo mais óleo, o que dificulta a troca de marchas, dificulta achar o neutro e desgasta o motor mais rapidamente.

E tem mais:

A quantidade necessária para a troca de óleo sem substituição do filtro irá depender da maneira como você faz a troca.

Uma coisa é trocar o óleo com o motor quente e óleo ainda preso no filtro, outra é trocar o óleo com o motor frio pela manhã ou parado há muito tempo (o que é errado).

Pela manhã ou com o motor parado há horas, todo o óleo escoou lentamente do filtro, então também será necessário colocar algo próximo a 1,2 litro para o óleo ficar certinho na marca de máximo.

Por que a suzuki já não diz isso logo de cara?

Ela faz isso, mas de uma maneira sinuosa, como todos os fabricantes... quem não ler direito o manual, dança.

E qual seria o motivo de a suzuki dar informações que causam enganos — e prejuízos — tanto na carcaça do motor quanto no manual do proprietário?

Use sua imaginação, só não seja trouxa e não seja enganado.

Para acabar com dúvidas, basta fazer exatamente o que está escrito lá no manual:

O nível do óleo deverá estar na marca "F" (completo). Se o nível estiver abaixo desta marca, adicione mais óleo no motor até o nível alcançar a marca "F".

Fazendo isso, você comprova o que nenhum fabricante gostaria que você descobrisse.

Simples assim, você garante que não se tornará freguês de oficina e poderá usar sua moto tranquilamente sem risco de estragar o motor por muitas e muitas dezenas de milhares de quilômetros a mais do que o pessoal está acostumado.

E não deixe de repor o óleo consumido! 

Motores novos gastam pouco óleo, mas depois de alguns milhares de quilômetros, eles começam a gastar cada vez mais óleo.

Comece certo, verifique com frequência e não deixe sua melhor amiga morrer de sede, é você quem ganha com isso.

Muito obrigado pelas fotos, Patrick! E desculpe a demora com a postagem...


Um abraço,

Jeff
PS: O texto está em roxo porque o blogspot é doido. Tentei de todo jeito mudar a cor para preto, mas ele é obstinado. Estou cada vez mais feliz com este editor de blogs... só que não. Vai roxo mesmo, paciência. Melhor ele roxo do que eu.