domingo, 23 de outubro de 2016

Olha só quem se ferrou com óleo sintético menos viscoso!

Motor com problema por causa da adoção do mágico óleo sintético de menor viscosidade não é exclusividade nem novidade da honda.

Você já ouviu falar do "recall branco" feito pela volkswagen na década passada?
Reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1358345-9658,00-VOLKSWAGEN+ANUNCIA+CAMPANHA+PARA+REVISAO+DE+MOTOR.html

O também chamado "recall velado" foi um problema sério que deu manchetes por muito tempo:


Logo o abacaxi dos motores barulhentos e fundindo veio à tona e a montadora alegou que o problema estava apenas no "óleo do primeiro abastecimento".

Só que o problema não acabou após a primeira revisão com a troca do óleo do primeiro abastecimento e os proprietários continuaram reclamando do "barulho de máquina de costura" que o motor fazia.

Esse barulho era o motor dizendo "não aguento mais, esse óleo acabou comigo", mas as concessionárias diziam que era totalmente normal.

E ficou por isso mesmo até a hora em que os motores abriram o bico de vez ainda antes da segunda revisão e troca de óleo na concessionária aos 30 mil km — e a vw ainda queria cobrar pela retífica e recondicionamento do motor.

Como a conta estourou no colo dos proprietários, muitos deles entraram na Justiça, o processo se arrastou por anos e finalmente ganharam a ação em 2013.
Imagem e reportagem: http://carplace.uol.com.br/justica-determina-recall-de-400-mil-carros-da-volkswagen-gol-voyage-e-fox-estao-envolvidos/

Ganharam é modo de dizer, porque a vw reverteu a decisão e não encontrei mais informações na imprensa a respeito do assunto — diz-se que nesse meio tempo muitos proprietários iam fazer a primeira revisão na concessionária e saíam de lá com outro motor zero km instalado.

Quem ficou sabendo disso, correu atrás. 

Quem não correu, e foi a maioria, assumiu o micão caro pra chuchu e achou que deu azar, foi olho gordo, inveja do vizinho, praga de parente, macumbaria, vudu.

Poucos ficaram sabendo que a engenharia da vw admitiu publicamente que o problema estava na adoção do novo óleo sintético 5W-40:
Reportagem: https://pitstopbrasil.wordpress.com/2009/10/27/volkswagen-assume-erro-e-esclarece-problemas-do-motor-1-0-vht/

"O novo óleo está dando perda de lubrificação o que danifica as peças, por isso os clientes reclamam do barulho."
Reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/vw-faz-recall-velado-do-motor-10-vht-byv6ay5tcvpipm4yoj473vpse

"O problema não é do fabricante do óleo." [Tradução: Alguém pisamos na bola.] 

"A especificação do lubrificante foi trocada para melhorar o desempenho do carro, mas o motor apresentou dificuldades na lubrificação." [Tradução: O novo óleo menos viscoso não é o mais adequado para garantir uma vida do motor longa o suficiente para que os clientes não reclamem.] 

"Para resolver o problema a volkswagen mudará novamente a especificação do óleo." [Tradução: A solução técnica da engenharia para solucionar o problema é voltar a usar o óleo de viscosidade adequada.] 

Nem sempre as soluções técnicas são cumpridas porque necessariamente a decisão passa por considerações mercadológicas. [O que fazer (ou não fazer) para minimizar o prejuízo?]

Aquela desculpa da vw de o problema acontecer somente por causa do óleo do primeiro abastecimento "contaminado pelo álcool do combustível" satisfez o pessoal que não entende patavina do assunto.

Proprietários mais tarimbados mudaram de óleo e eliminaram o problema na raiz.

Até esse escândalo a vw se gabava toda orgulhosa do slogan "volkswagen — qualidade e tecnologia do líder" (no caso, líder de vendas, mas que em alemão, führende Technologie, resulta em um trocadilho extremamente infeliz com o criador da empresa.)
Imagem e história do Fusca: http://conexaoautomotiva.blogspot.com.br/2015/03/curiosidades-dois-judeus-um-nazista-e.html

Não se fazem mais carros e motos populares como antigamente...

Até esse apagão do óleo sintético 5W-40, 10W-40 e 15W-40 os motores vw sempre haviam sido reconhecidos e apreciados pela sua resistência, confiabilidade e durabilidade.
Imagem: http://www.forumcarros.com.br/index.php?/topic/3891-troca-de-óleo-gol-g3-2005/ — Placa preta é aquela reservada para veículos históricos de colecionadores.

A consequência do escândalo foi que a vw perdeu o tradicional primeiro lugar indiscutível em vendas no Brasil para a fiat e a chevrolet.

Você vê nisso alguma semelhança com os problemas das motos populares que a honda não conseguiu resolver até hoje?

No lugar do óleo mineral 20W-50 a honda adotou o óleo semissintético bem menos viscoso 10W-30 no apagar das luzes de 2010...
Fonte: http://www.jacaremoto.com.br/?pg=noticia&id=624

E a partir daí os proprietários começaram a reclamar do motor barulhento e dos problemas mecânicos extremamente graves das suas motos.

Eles sabem que a coisa está errada, mas não entendem o porquê.

Igual aos proprietários dos novos vw quando os motores saíram das concessionárias fazendo aquele barulho horrível de motor mal lubrificado.

Mas os vendedores das concessionárias insistem em dizer que o barulho horrível do motor é normal...


Se mudarem as legendas desse vídeo de "honda" para "vw" — e de "XRE e CB 300" para "Fox e Gol" — o vídeo continua válido.

A vw gerou toda aquela situação, a honda também gerou, e pelo mesmo motivo.

E continua ignorando o problema até hoje.

Será que lá dentro da honda eles fazem ideia do quanto o pessoal aqui fora está irritado com essa situação?

Esse assunto virar motivo de deboche público é culpa dos proprietários, ou mérito dos engenheiros da montadora?

A honda que dê a resposta.

Enquanto essa resposta não vem, as motos continuam perdendo valor de mercado, irritando ainda mais os proprietários que sempre confiaram na empresa.

As próprias concessionárias estão se recusando ou oferecendo uma ninharia para aceitar motos problemáticas de clientes ainda dispostos a trocar uma honda por outra honda.

Isso está deixando o pessoal muito emputecido da vida...


A bucha acaba sobrando para o pessoal das concessionárias que acabam encarando a linha de frente da batalha com os clientes.

Nunca pensei que um dia eu veria a honda causando o mesmo nível de insatisfação que só vi entre os primeiros proprietários de dafra.

Sinal dos tempos.

Será que o pessoal da honda deu uma lida nos comentários desse vídeo para conhecer a opinião geral do pessoal?
Comentários: https://www.youtube.com/watch?v=2Q_CN9ASFG8

O lamentável é que esta situação seria facilmente evitada se a honda admitisse que o maior problema desses motores é a falta de óleo com viscosidade adequada.

Problema causado por ela mesma com o óleo 10W-30 e seus manuais que continuam a informar uma quantidade insuficiente e a induzir uma interpretação errada — e em muitas de suas concessionárias, que abastecem com menos óleo que o ideal e orientam erradamente os proprietários sobre a quantidade de óleo do motor e seu procedimento de medição.

A honda não dá o braço a torcer, não recua e continua empurrando o ananás goela acima dos clientes.

A perspectiva é que esse assunto sério só tende a piorar conforme as motos envelhecem.

Prevejo que essa insatisfação dos proprietários com as decisões equivocadas da honda ainda será assunto por muito tempo.

Um abraço,

Jeff
PS: Há outra postagem sobre este assunto envolvendo vw e honda com o título Troca de óleo a cada 12 mil km?

54 comentários:

  1. Pois é, me parece que a decisão sempre é tomada pelo departamento de marketing e jogam fora todo o estudo feito pela engenharia. Acho que estamos chegando no ponto máximo da curva no quesito cara de pau. A casa vai cair feio pra Honda e demais montadoras que só se preocupam em vender se lixando pros clientes.

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    1. Olá, Takashi!
      Isso vai depender de o povo descobrir a verdade por trás de tudo isso. Denunciei tudo que falo aqui para as principais revistas especializadas em motociclismo, e a reação de todos foi idêntica. Da parte deles não virá divulgação do assunto porque dependem dos anunciantes e não farão reportagens que possam afugentar quem cede as motos para teste e no fim das contas garante indiretamente o salário de todo mundo na editora. Estamos precisando de uma Lava-jato nessa história.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Alô,takashi,o "nosso" amigo(nem precisa dizer o nome) já fez outro vídeo,com pretexto de igreja,mas enfiou um complemento de óleo!!
      E mostrou um email da Suzuki,dizendo que é 1 litro só e a troca de 3 em 3 mil km! Ele não para mesmo,quer porque quer ficar famoso e contradizer o blog!!É o vídeo mais novo,saiu agora a pouco,Dom,23,19:42hs.

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    3. He he he he he he he...
      Já tenho ótimas postagens para segunda e terça-feira...
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Nada vai mudar, enquanto existirem pessoas que não vão atrás de estudo e conhecimento, e compram qualquer porcaria por conta de propagandas de 20 ou 30 anos atrás, feitas por quem comprou e utilizou naquela época.
    O máximo que pode acontecer, é uma empresa pequena começar a fabricar veículos como realmente devem ser feitos (com qualidade) e começarem a desbancar as gigantes. Só assim elas vão começar a melhorar seus produtos. Sem concorrência adequada, continuaremos reféns dessa safadeza !

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    1. Olá, Marcelo!
      Realmente não dá para ficar otimista não. Nem sei como a Tesla está conseguindo chegar até onde chegou. Talvez porque não atinja uma escala que preocupe as anciãs do mercado.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Jeff!

      Porque você fala que nao consegue entender a onde a Tesla chegou ? Explique pra mim por favor !
      Obrigado

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    3. Olá, Louis!
      A Tesla está conseguindo vender milhares de autos. Outras empresas que tentaram entrar no nicho protegido de fabricantes de automóveis não chegaram tão longe. Tucker, Democrata, Gurgel...
      Um abraço,
      Jeff

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  3. Olá jeff !! Muito interessante seu blog , estou impressionado como concordo com vc em varias questões de seu blog !! , pricipalmente referente a motos da fabricante honda ,, pelo qual ja sofri muito como um portador da mesma ,,com diversos problemas no motor ,,
    Obgd por compartilhar seu conhecimento, fica na paz !

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    1. Obrigado pelo apoio!
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Aproveitando o espaço caro jeff,, queria pergunta sobre o Óleo da fabricante ford, adquirir a uns 3 meses um ford fiesta ,motor zetec rocan no qual o manual indica colocar óleo 5w30 sintético ,qual a sua opinião sobre o Óleo em questão,??
      Será que se eu ignorar o manual, por um óleo mais viscoso será melhor escolha ??
      Oq vc me indica pelo seu conhecimento ??
      Desde já. Grato !!

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    3. Olá, Bruno!
      Motores de autos e motos de grande cilindrada usam tuchos hidráulicos e arrefecimento líquido, ao contrário dos motores de motos pequenas, que é onde o problema de lubrificação é mais gritante.
      Por todos os critérios, o 5W-30 sempre foi inadequado para as temperaturas do Brasil.
      Se eu fosse proprietário de um auto e estivesse insatisfeito com o ruído metálico, faria o seguinte:
      Eu experimentaria um óleo 10W-40 sintético. Ele é pouca coisa mais viscoso que o 5W-30. Se notasse melhora no ruído do motor, mas ainda fosse insuficiente, na próxima troca faria a experiência com o 15W-50 ou 20W-50 também sintéticos.
      Se sentisse algum comportamento inesperado do motor, reverteria para a última viscosidade que apresentou bom resultado.
      Um óleo mais viscoso nesse motor poderá aumentar o ruído dos tuchos em dias frios até haver pressão suficiente no sistema. Eu não considero isso um problema, mas alguns proprietários se assustam com o barulho.
      Muitos mecânicos tocam o terror dizendo que motores modernos não podem usar óleo 20W-50, mas as motos bmw usam... e vai ser difícil achar um motor de mais alto desempenho que o da bmw S1000RR.
      Um abraço,
      Jeff

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    4. Não sou o Jeff mas talvez possa ajudar. Tenho um carro da GM que usa o 5w30, inicialmente mineral (até os 90.000km), depois a própria fabricante descontinuou o mineral e passou a fornecer e recomendar o semissintético. Atualmente o carro está com quase 130.000km e sem problemas de motor, nem vazamentos, nada. A grande sacada que você pode ter, é não cair no conto de "óleo pra 10.000km". O meu sempre troquei a cada 5 mil ou 6 meses e sempre verificando o nível do óleo entre as trocas.

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    5. Bruno.
      Meu pai levou um focus 2009 dos 30 mil km até 146 mil sempre com 5w30 e bardahl b12. Nunca apresentou barulho excessivo e eu tb nunca notei barulho de ruído metálico.

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    6. Jeff,

      Não sei bem como é o caso dos Ford, mas a GM recomendava no manual o 20w50 mineral para os motores 1.4 também, e por ser bem mais barato em relação ao 5w30, era o que as concessionarias mandavam ver, porém o carro simplesmente não pegava após a troca, era quase impossível ligar, somente após 8, 9, 10 tentativas, e isso só se resolvia utilizando o 5w30.

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    7. O Bardhal é bem viscoso. Ao ser diluído no óleo do motor, aumenta sua viscosidade. E é muito bom, meu pai usava e eu também cheguei a usar nos carros.
      Um abraço,
      Jeff

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    8. E certamente repor religiosamente o óleo consumido e fazer a troca não pensando na quilometragem máxima ajuda a prolongar a vida do motor.
      A menos que ele seja usado exclusivamente em viagens longas, aí até será possível fazer a troca com altas quilometragens. Mas eu não teria coragem de passar dos 7500 km com o sintético. Inspecionaria a cada 1000 km (o cárter do carro é maior, tolera intervalos de inspeção maiores) para ver a condição e tomaria a decisão em função do que encontrasse.
      Um abraço,
      Jeff

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    9. Olá, Robson!
      Curiosa essa informação de que o motor era difícil de pegar com óleo 20W-50...
      Está parecendo mais um caso de subdimensionamento do projeto do motor de partida do que outra coisa... afinal, o óleo 50 não chega a ser um Bardhal ou um mel de tão viscoso... o motor de partida não conseguir acionar o motor do carro apenas por causa do óleo é um vexame.
      Isso me fez lembrar o caso dos carros da autolatina que simplesmente não geravam carga suficiente com o motor em marcha lenta em dias de chuva.
      Os carros paravam em um congestionamento com as luzes acesas, limpador ligado, rádio ligado e os desembaçadores acionados, apagavam ali mesmo e não voltavam a funcionar porque a injeção eletrônica não dava partida com baixa tensão da bateria.
      Muita gente passou por isso... e ficou por isso mesmo.
      Cada dia mais os veículos são mais leves, têm menor reserva para lidar com situações comuns, e todo mundo paga mais caro apesar de o carro ter tudo reduzido, do peso ao custo para o fabricante.
      Um abraço,
      Jeff

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    10. Não sei que milagre a ford fez com esse focus pq o óleo não abaixava. Sempre que verificava não dava pra notar diferença de consumo. Mas cada caso é um caso e a verificação não deve ser negligenciada conforme o Jeff sempre fala.
      Detalhe importante, era um carro de estrada, por isso as trocas nessa quilometragem.

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    11. Não lembro a explicação técnica da época e aqui no escritório minha pesquisa é limitada por conta de bloqueios de muitos sites, consegui só um relato (link abaixo). Mas pelo que lembro vagamente, tem a ver com a tentativa de extrair mais potência com certa economia, para um motor velho que já tinha dado o que tinha de dar em termos de avanço tecnológico (que é o familia I da GM, que já equipou Kadett, Monza, os primeiros Corsa 1.0 e 1.4 etc). Com isso as medidas do motor estavam cada vez mais justas e o óleo 20w50 não chegava aonde deveria no tempo que deveria, dificultando a partida mesmo em dias quentes. Atualmente estrangularam um pouco mais esse motor (hj no Onix e Prisma, Cobalt, Spin em versões 1.4 e 1.8) e na linha 2017 ele utiliza óleo 0w20 rss...


      http://www.reclameauto.com.br/noticias/falhas-na-partida-a-frio-do-motor-1-4-flex-da-gm/

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    12. Olá, Robson!
      Obrigado pelo link!
      Não consegui descobrir a potência do motor de partida de cada carro, mas encontrei esta conversa aqui em um fórum de monzeiros:

      "A diferença, é que no do Monza, o eixo do motor é direto com a engrenagem que vira o volante do motor. Já no do Vectra, o eixo principal do motor de arranque, passa por engrenagens planetárias que servem de redutor para poder ter maior torque ao girar."

      Ou seja, um modelo tinha maior potência e torque direto no eixo, o outro para conseguir ter o mesmo torque dependia de uma relação de redução. Ou seja, recalcularam para fazer um motor mais fraco que depende de uma multiplicação de torque para conseguir girar o motor.
      Desconfio que a origem da dificuldade de partida pode ter vindo desse redimensionamento da potência do motor de arranque.
      Porque o óleo sozinho não consegue fazer tanta diferença assim, mas um sistema que já está no limite não consegue acionar o motor com um pouquinho de esforço a mais.
      A famosa palha a mais que derruba o camelo.
      Um abraço,
      Jeff

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    13. Obrigado a todos que mostram interesse nessa minha duvida , análisei cada experiência de cada um dos amigos , obrigado pelas opiniões serviram de grande ajuda !!!

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  4. É o famoso lançamento feito pelo marketing, onde vender a revisão somente com 15.000KM e superar seu concorrente vale mais do que a engenharia em si. Nessa guerra, pouquíssimos são os casos em que a engenharia vence o marketing e o comercial. E quem sempre perde somos nós, consumidores (Apesar de cada dia confiar menos nesses engenheiros). Um colega de trabalho perdeu menos de 1 mês atrás um motor desses 1.0 da VW de um Voyage, pouco menos de 50.000KM e precisou refazer.

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    1. Olá, Robson!
      Você deu um ótimo exemplo de como essa discussão é atual e os problemas da vw continuam ocorrendo. Jogaram o mico para cima dos consumidores, nada muito diferente da "esperteza" da fraude de emissões dos motores diesel.
      O argumento de economia com revisões e troca de óleo é sedutor, mas totalmente ilusório. Somente quem ganha com ele é a empresa e suas concessionárias.
      Com o tempo, a nova geração perderá a memória de que antigamente Chevettes e Opalas chegavam a 600 mil km rodados para fazer a primeira retífica. As pessoas se acostumarão com a ideia de que motores não duram mais do que 50 mil km e serão convencidos e se conformarão que é melhor sempre trocar de carro pagando uma mensalidade proporcional ao preço de um carro inteiro. É como se estivessem alugando por um valor bem caro seus veículos da montadora — ei, os consumidores já estão fazendo isso!!!!
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Geração consumo aprendendo desde pequeno em todos os meios mas demoram alguns nem enxergam que o "consumismo te consome". Coisa boa é só coisa nova ¯\_(ツ)_/¯

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    3. Eles não estão aprendendo, estão sendo adestrados desde o berço a pensar dessa maneira.
      Bom, "pensar" não é exatamente a palavra.
      Um abraço,
      Jeff

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  5. Jeff.
    Tem como eu pesquisar por perguntas antigas? Queria achar as respostas de umas perguntas do passado.
    Abraços.

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    1. Olá, Daniel!
      Existe um campo de pesquisa do google na aba lateral, mas funciona muito mal. Muitas vezes a pesquisa não retorna postagens apesar de as palavras constarem no título.
      Quando quero encontrar alguma postagem antiga eu uso a pesquisa normal do google, digitando minhaprimeiramoto mais três ou quatro palavras que certamente estarão por lá. Tipo "minhaprimeiramoto minha moto não funciona".
      Uma alternativa é pesquisar pela aba Temas na lateral da página.
      Uma busca pelo tema Cruzamentos trará 14 postagens sobre acidentes e situações de pilotagem defensiva para esse tipo de local, a aba Denúncia trará 84 postagens sobre várias coisas escandalosas praticadas contra os consumidores. O tema óleo traz denúncias sobre o escândalo do óleo e noções básicas, Mecânica básica trará dicas de oficina, e assim por diante.
      Boa sorte nas buscas!
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Daniel utilize o método de pesquisa por uma frase exata junto com um site especifico por exemplo: site:minhaprimeiramoto "palavra ou frase a ser procurada". O site pode ou não ter o restante da url. Espero ter ajudado.

      https://www.google.com/intl/pt-BR_ALL/insidesearch/tipstricks/all.html

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    3. Obrigado, consegui achar as respostas.

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    4. Evite incluir as palavras blogspot.com.br porque emburreceram o algoritmo do google e ele começa a listar links com blogspot, com e br.
      Incrível que tenham tido essa capacidade, mas é assim que é.
      Um abraço,
      Jeff

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  6. Lamentável infelizmente ninguem escapa... super legal o link sobre a origem do fusca

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    1. Olá, Felipe!
      Fico contente de saber!
      A foto é da wikipedia, mas fiz questão de deixar o link do fusca.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. eu sempre leio tudo que você destaca, sempre enchem a minha madrugada de conhecimento

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    3. Obrigado!
      Mas tua insônia é pior do que a minha, hein? hehehe
      Um abraço,
      Jeff

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    4. eu sou da noite mesmo Jeff captou? rs

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    5. Boa noite para você...
      Um abraço,
      Jeff

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  7. Dae Jeff, blz

    Gostaria de aproveitar essa postagem para tirar uma duvida, eu tinha uma Bros 2010/2011, ultima que vinha no manual para usar o 20w50 mineral pois na 2011/2011 ja pedia o 10w30 semissintético, e como tava no manual 20w50 eu usava ele e trocava sempre beirando os 3mil km comisso essa moto nunca me deu dor de cabeça, o único detalhe era que ela vazava óleo na tampa do cabeçote, mas pra mim isso não é problema, pois lavou ta novo.
    Agora to com um xre 2014 que tem no manual o óleo 10w30 e por ser uma moto maior e mais cara to trocando o óleo com 2 ou 2,5 mil km, mas mesmo trocando com 1,5mil km o óleo sai muito preto ( parece petroleo) e aguado ( com o motor quente então, nem se fala), e alem disso depois que eu forcei a moto na areia mesmo com óleo recém trocado a moto ficou com um barulho de britadeira, parece que o motor está com as peças soltas, tu indicaria trocar esse 10w30 semissintético por um óleo mais viscoso? E qual seria a sua indicação?

    sugestão para utilizar a pesquisa do Google, por exemplo no Google se eu quiser procurar no minha primeira moto somente sobre xre da pra fazer o seguinte:
    site:http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br xre

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    1. Olá, Darci!
      Na moto que você usava óleo 20W-50 e vazava pela tampa do cabeçote, você ou a concessionária colocavam apenas 1 litro de óleo, certo?
      O vazamento acontecia porque o motor trabalhava mais quente que o ideal e a guarnição de borracha da vedação da tampa do cabeçote se deformava com o calor. E o motor não abria o bico por causa do óleo 20W-50 que segurava as pontas por tempo suficiente para você não perceber que faltava óleo.
      Agradeça à honda por isso.
      O óleo 10W-30 é mais fino e quando quente afina ainda mais, é por isso que não protege o motor da mesma forma que o 20W-50.
      Forçar um motor mal lubrificado fazendo a roda patinar na areia faz um motor muito quente e mal lubrificado exceder o que ele aguenta.
      Começou o barulho de britadeira, já era, não tem volta, seu motor precisa de retífica em curtíssimo prazo.
      Agora é tarde, colocar um óleo mais viscoso diminuirá pouca coisa mas não eliminará totalmente o barulho.
      Sobre indicar usar um óleo mais viscoso, eu faço essa recomendação desde os primórdios do blog, é uma pena que não tenha sido útil para salvar o seu motor.
      Como você usa o semissintético pode optar por um 10W-40 ou 20W-50 do mesmo tipo para não precisar lavar o cárter. Tem gente acostumada a usar 10W-30 que coloca o 20W-50 e acha que o motor perde muito rendimento. Perde um pouco, mas o motor dura mais.
      Tem gente que diz que não pode colocar 20W-50 porque a honda estreitou as passagens de óleo dentro do motor. Elas não podem ser tão finas que impeçam um óleo que chega às folgas dos mancais (centésimos de milímetros) e não consiga passar por um duto de milímetros (centenas de vezes maior).
      Caso não se adapte ao 20W-50, use um 10W-40, mas de boa marca. Existem fabricantes que fazem muita propaganda e entregam um óleo em uma classificação que não mereceriam estar lá. Como a classificação é uma faixa de viscosidades, o óleo 20W-50 da marca A parece um 25W-60 pouquinha coisa mais fino enquanto o 20W-50 da marca B parece mais um 10W-40 pouquinha coisa mais grosso.
      Boa sorte com seu motor,
      Jeff

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  8. A Bros sempre usei oleo no maximo da vareta, é que andar em rodovia com ela era com o cabo todo enrolado, e aquela "junta" do cabeçote da honda é muito fraca.

    A xre espero que não de nada, mas é um motor muito mal feito, pra começar que ele se apaga do nada desde sempre, de resto a moto é boa o que estraga é esse cancer de 300cc que ela tem.

    Valeu Jeff
    Abraço

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    1. Olá, geek!
      Tem a questão de velocidade de cruzeiro que o motor aguenta por longas distâncias. Na Kansas ela dá no máximo 95 km/h reais medido no velocímetro digital, mas a velocidade confortável para o motor era de 85 km/h.
      Na Bros com máxima real calculo em 110 km/h, a velocidade de cruzeiro seria uns 90% disso, ou seja, uns 100 km/h e isso com óleo bom no nível correto.
      Mas nenhum manual de proprietário menciona isso, afinal, quanto pior, melhor. Pra eles.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Geek Crazy soy yo, mandei o comentário com a conta errada hehehe

      Abraço,
      Darci Neto

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    3. Situação difícil essa Geek boa sorte ai, Jeff eu tenho algumas duvidas sobre essa questão você ate poderia fazer uma postagem, um tempo atras estava olhando umas especificações e tinha isso de velocidade máxima e velocidade real nunca entendi direito, sei que existe uma porcentagem que não é mostrada no velocímetro vi em algum post seu. Também queria saber mais detalhes sobre velocidade de cruzeiro e esses cálculos que você faz ate mesmo sobre a sonoridade do motor confortável.

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    4. Olá, Felipe!
      Som de motor confortável é algo que a gente adquire com a vivência...
      O velocímetro da minha Kansas é supermentiroso, indica 110 quando a moto está a 85 km/h. O antigo dono já sabia e instalou um velocímetro digital de bicicleta. Removeu quando vendeu, mas instalei outro.
      Todo projeto prevê uma velocidade de uso normal (cruzeiro) e uma velocidade máxima. Carros e motos de corrida são usados sempre na velocidade máxima, a vida do motor só precisa durar uma corrida.
      A velocidade de cruzeiro é aquela que não está forçando o motor no limite e fica na casa dos 80 a 90% da máxima.
      Como a potência extraída do motor é uma função ao quadrado da velocidade/rotação, uma pequena diferença na segunda altera intensamente a primeira.
      Exemplificando, a moto precisa gerar 3 hp para rodar a ± 40 km/h (mobilette), mas precisa de ± 9 hp para rodar a 80 km/h (velocidade de cruzeiro da uma 125/150).
      Aqueles míseros 10% a mais da velocidade máxima vão consumir a capacidade total do motor, uns 12 ou 13 hp nas 125/150.
      São cerca de 4 hp a mais para ganhar 10% de velocidade, o que implica mais calor a ser dissipado e maiores esforços mecânicos aplicados aos componentes.
      É por isso que rodar sempre à velocidade máxima detona o motor mais rápido. Outro dia o dono de uma NX 200 me contou que estava no rodoanel andando forte e passou por ele a toda velocidade um garoto novo com uma 150 zero km (na época era novidade), o cara quase fazendo super-homem
      em cima da moto.
      Dez quilômetros depois o carinha estava lá no acostamento tentando entender porque o motor tinha parado de funcionar e estava soltando fumaça...
      O cara pode escapar das leis de trânsito, mas das leis da Física ninguém foge.
      Um abraço,
      Jeff

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    5. Não vou dizer que entendi mas também não vou dizer que não entendi kkk
      chato esse negocio do velocímetro vou ate ir atras sobre o meu mas acredito que não tenha muita diferença porque quando passo no pedágio da castelo tem um daqueles radares que mostra sua velocidade ou sera que eles também estão errados?rs
      Eu tenho costume de andar com a minha em rodovia a 120 km com a diferença da uns 115 purai a danada vai a 140, mas pensando bem quando tiver uma distancia grande vou maneirar um pouco uns 110 o vento influencia também?

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    6. O vento influencia na velocidade que você consegue atingir, mas não na velocidade indicada. Quando o vento contrário é forte, a moto faz muito mais força e o motor não consegue empurrar a moto na velocidade que atingiria sem vento contra. Vento a favor ajuda muito, é comum você ir com a moto a milhão e voltar com a moto travada, e de repente é só a resistência do vento maior em uma direção que em outra.
      As lombadas eletrônicas são muito mais precisas do que os velocímetros analógicos, velocímetros digitais são bastante precisos e o GPS é o campeão da precisão.
      Um abraço,
      Jeff

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    7. então se eu estiver em velocidade de cruzeiro a 100 km a favor do vento depois na volta eu querer atingir essa velocidade e só conseguir 90 km com mais esforço eu estaria forcando a moto digamos a uns 120 km então eu estaria fora da velocidade de cruzeiro? não sei se consegui explicar a minha duvida mais pelo o que eu entendi o que importa é o esforço que o motor esta fazendo e não a velocidade correto?

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    8. Exato quanto ao esforço do motor. Forçar a moto contra o vento seria o equivalente a rodar acima da velocidade de cruzeiro.
      Apesar de penar para atingir 90 km/h, o motor estará fazendo tanta força como se a moto estivesse a 115-120 km/h.
      O que o motor sente é a força que ele tem de fazer. Se ele tem de mover a moto e também empurrar uma parede de vento, ele precisa fazer mais força e isso significa que todos os componentes do motor irão fazer mais força e esquentarão mais do que na condição de cruzeiro normal ou com vento a favor.
      Mesma coisa subir uma serra, você tem de subir na marcha e na velocidade que o motor se sente confortável. Querer subir a serra inteira com o acelerador sempre no máximo exigirá um sacrifício maior do motor. Se for por pouco tempo, tudo bem. Mas um tempo prolongado aquecerá ainda mais o motor, e se não aliviar antes que se aqueça demais ele sentirá o efeito.
      O Edifrans é caminhoneiro, tem ouvido para motores. Sempre que íamos de Santo André até o interior encontrar os amigos íamos no mesmo ritmo sem forçar.
      Na viagem para Foz o pessoal estava com pressa de chegar e em vez de manter o acelerador a 90%, fomos obrigados a manter o cabo 100% enrolado para não ficar para trás. Na primeira parada eu avisei que aquele ritmo era forçado demais, mas a pressa era maior e quem puxava o ritmo era levinho, a moto dele era igual às nossas, mas não sentia muito porque o piloto era leve e oferecia pouca resistência ao vento. A pobrezinha da Bél levando 100% da capacidade de carga e um cara de 1,78 m penou para acompanhar...
      Na volta da viagem, tanto a Jezebel quanto a moto do Edi não eram mais as mesmas, o Edi concordou que o motor tinha sido muito judiado.
      Agora já era, fazer o quê? Depois que o motor se desgasta, não tem mais volta. Mas são coisas que viajando em grupo são difíceis de negociar no meio da estrada.
      Um abraço,
      Jeff

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    9. Puts dificil essa situacao... em todo caso as arrefecidas a liquido e as de maior cilindrada sofrem menos?

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    10. Olá, Felipe!
      Sim, um motor em que sobra potência não precisa trabalhar no limite, portanto sempre está abaixo da velocidade de cruzeiro.
      Se a sua moto tem capacidade para rodar em cruzeiro a 150 km/h, percorrer as estradas a 120 é um refresco. Com reserva de torque, nem precisa abaixar marcha para subir uma serra, basta acelerar um pouco mais.
      Quanto mais no limite o motor for exigido, mais perto de falhar ele ficará. Por isso que eu considero uma atitude criminosa o pessoal vender cinquentinha e pop para gente que vai acabar pegando a BR para ir trabalhar na cidade vizinha. O pessoal não faz ideia do risco que está correndo e quando descobre o caminhão já passou por cima.
      O arrefecimento líquido limita o aquecimento do óleo e do motor, mas a receita da longa vida continua a mesma, não exigir 100% o tempo todo.
      Um abraço,
      Jeff

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    11. Nossa eu tinha uma ideia sobre o assuntos nao sabia que era tao serio, realmente é um crime fico muito satisfeito em ter ouvido meu irmao e pegado uma 150 ao inves de uma cilindrada menor. O que compensa mesmo é ter uma moto de cilindrada maior ou uma menor com o arrefecimento liquido? Pra nao ficar muito vago vamos nos basear em uma 400 cc

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    12. Para pegar a estrada com segurança, cilindrada maior é preferível. Também do tipo da moto, e isso muita gente não sabe.
      Uma 250 street ou custom mantém velocidade de cruzeiro de 110-120 km/h.
      Mas a velocidade de cruzeiro de uma trilheira é menor porque a relação coroa e pinhão é mais reduzida. Trilheiras são projetadas para ter força e vencer barrancos, não para pegar estrada. Aí o novato pensa que cilindrada é tudo a mesma coisa e tenta fazer 110-120 com uma dessas na estrada, está jogando o motor na rotação de sacrifício pensando que está na velocidade de cruzeiro porque não sabe ouvir o motor sofrendo.
      Dá para encarar a estrada com uma 125/150 com garupa se os dois forem leves e o piloto souber manter o nível de óleo correto, e souber administrar o motor sem forçar demais, se conhecer as manhas para não ultrapassar um caminhão na subida que estará te pressionando na descida seguinte, criando situações perigosas. Os WD±40 fizeram várias viagens SP-RJ com Kansas 150 e Intruder 125 nessa situação. Todos os casados migraram para uma Mirage 250 ou outra 250. Já um piloto pesado acima dos 110 kg estará mais seguro em uma 250 sozinho. E para ter segurança mesmo em qualquer situação, hoje concordo que uma cilindrada maior ainda é preferível.
      A única 400 do mercado é a Falcon, amarrada para pegar a estrada, o povo reclama. A primeira opção de grande cilindrada é a CB 500, mas olha o preço.
      Em termos de vida do motor, o arrefecimento líquido mantém o motor a uma temperatura menor, mas acrescenta a manutenção de bomba de água, risco de vazamento pelas juntas aumenta (um vazamento de óleo pelas juntas em um motor a ar é um problema apenas estético, você repõe quando necessário e a quantidade é sempre menor do que parece). Já nos motores a água, se o a água vazar e se misturar com o óleo haverá um problema sério de emulsificação, óleo emulsificado não é bom lubrificante. Em engenharia, cada solução traz vantagens e desvantagens.
      Um abraço,
      Jeff

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    13. Verdadeira aula voce me deu obrigado

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    14. Não precisa agradecer, passar adiante o pouco que aprendi nesta vida é uma obrigação.
      Um abraço,
      Jeff

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