terça-feira, 18 de agosto de 2015

Posso pilotar com a perna quebrada?

Tem problema pilotar com a perna engessada?

Magina, problema nenhum, ainda é capaz de alguém bater uma foto e você acabar aparecendo no noticiário.

Se caprichar, você pode até acabar aparecendo na televisão ou no youtube:
Reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/08/moto-invade-estacao-tubo-e-quase-acerta-funcionario-assista-ao-video.html

Assista o vídeo na reportagem do g1 neste link.

E se for pego pela polícia, ainda ganha uma multa por colocar a vida de outras pessoas em risco — não fosse a ninjice do gari, a manchete poderia ser outra.


Motocicleta é um negócio tão dependente de tudo estar em perfeita ordem que basta você não ter firmeza no pé para se arriscar a um acidente.


Por coincidência, justamente hoje comprei botas novas (as velhas se bateram com as dez).


Bota motoqueiro, solado grosso, xuxu xuchu chuxu chuchu belexa.


Sentei na moto e o pé não entrava embaixo do pedal do câmbio, ficou difícil passar marcha. 


Na primeira freada levei um susto porque o pé chegou mais rápido que o normal no pedal do freio.


Isso causou algumas situações complicadas no trânsito, ninguém espera que você comece a acelerar e diminua a velocidade porque a marcha não entrou, quase bateram atrás umas duas vezes.


E as freadas mais intensas exigem algum tempo para você se acostumar com a nova reação do freio traseiro.


Saímos da sapataria direto para a oficina para fazer o ajuste do pedal do câmbio — sim, as motos têm essa regulagem.


É só soltar o pedal do câmbio e encaixar em uma nova posição levantando o pedal um pouquinho, ou então reajustar o comprimento da articulação do câmbio também muito pouca coisa; se exagerar, ficará impossível mudar de marcha.


Deu um pouco de trabalho achar um ajuste que permitisse encaixar a bota e ainda passar as marchas sem ter de levantar excessivamente o pé, mas chegamos lá.


Se apenas um calçado novo já alterou tudo isso na pilotagem, causando riscos, imagina tentar pilotar com dor, sem firmeza nas pedaleiras, com bota de gesso ou imobilizador, e não poder fazer força no pedal do freio ou do câmbio...


Foi isso que causou o acidente lá de cima, repare que o piloto está usando um fixador externo no fêmur — provavelmente resultado de um tombo anterior.


A criatura não imaginou que as hastes do fixador pudessem enroscar na moto na hora em que ele precisasse acionar o câmbio.


Ele perdeu o controle da moto de maneira exemplar — foi filmado tentando domar o cavalinho chucro xucro e se espataquando* na plataforma de embarque civilizada de Curitiba.

* Do verbo espataquar, se esborrachar que nem um pato.

E a cereja do bolo, batendo a cabeça com força no chão porque o capacete mal ajustado ou desafivelado foi a primeira coisa que voou longe — essa é a maneira que a Vida usa para ver se bota algum juízo em quem é cabeça dura. E sobrevive.

Por muito pouco esse acidente que estamos aqui brincando não se tornou algo extremamente grave e mesmo fatal.

E tudo pela irresponsabilidade do sujeito de achar que conseguiria fazer algo que o bom senso sairia correndo e pedindo socorro.


Felizmente esse cara vai passar um bom tempo afastado do guidão enquanto conserta a moto, a única que se machucou gravemente neste incidente, coitada.

Vamos esperar para ver se no próximo tombo ele pelo menos aprendeu a travar direito o capacete.

Um abraço,


Jeff

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